improvement makes straight roads, but the crooked roads without improvement, are roads of genius. william blake <>if music be the food of love, play on… William Shakespeare
.
Ele há coisas na vida que realmente são regeneradoras e que aguçam a criatividade. Por isso, e a pedido de várias famílias, e como parece que isto já vai sendo quase que uma colecção de 'cromos' aqui vai o registo / inventário do nick camaleão...

PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A 'BUSCA DE SOLUÇÕES' EM DETRIMENTO DA 'ESPECULAÇÃO'?

JÁ AGORA: PODE O GOVERNO, A CM DE ESPINHO E A REFER SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS E PROJECTOS SOBRE O 'ENTERRAMENTO DA LINHA FÉRREA NA CIDADE DE ESPINHO'? CLICAR AQUI PARA SABER MAIS

05 novembro 2005

cartoon d'or



cartoon d’or 2004

concert for a carrot pie
heiki ernits, janno pöldma
11’ 37’’, estónia, 2002

fast film (vencedor do cartoon d’or 2004)
virgil widrich
14’, áustria/luxemburgo, 2003

la révolution des crabes
arthur de pins
4’50’’, frança, 2004

l'inventaire fantôme
franck dion
9’ 44’’, frança, 2004

through my thick glasses
pjotr sapegin
13’, noruega, 2004


cartoon d’or 2005

city paradise
gäelle denis
5’ 58’’, reino unido, 2004

falling
peter kaboth
5’ 58’’, alemanha, 2004

flatlife
jonas geirnaert
11’, bélgica, 2004
prémio do júri para melhor curta-metragem no festival de cannes

jo jo in the stars (vencedor do cartoon d’or 2005)
marc craste
12’, reino unido, 2003

little things
daniel greaves
11’, reino unido, 2004

uma iniciativa cineclube de aveiro
mais informações

cartoon d'or
sítio oficial

03 novembro 2005

big brother is watching you



são cada vez mais os instrumentos introduzidos no nosso uso quotidiano que são facilitadores e constrangedores do espírito de liberdade individual e/ou colectiva

neste âmbito, encontram-se sobretudo as novas tecnologias de comunicação, e outras formas de acesso, controladas por meios electrónicos

não há dúvida nenhuma que a sua utilização veio em muito alterar radicalmente necessidades e comportamentos. o telemóvel, por exemplo, é um instrumento que rompeu com o carácter fixo e estático de ter de se encontrar num ponto referencial para estar contactável, e permite hoje a cada um de nós estar contactável a toda a hora em praticamente todo os pontos (dentro do raio de cobertura da rede, que grosso modo atinge níveis perto dos 100% em território nacional)

se introduz esta libertação de constrangimentos anteriores, permite também comportamentos redutores no sentido de limitar ou controlar a liberdade e ‘monitorizar’ a ‘livre circulação’ de qualquer indivíduo, possibilitando, por exemplo, a localização no tempo e no espaço

na verdade tal facto acontece já em mil e uma acções, diria, insignificantes do quotidiano: quando se levanta dinheiro no multibanco, comprar um par de sapatos, jantar, viajar e passar na via verde, e por aí fora, permitindo refazer os percursos e acções, e nalguns casos até preferências e gostos individuais

até o simples facto de os novos telemóveis 3g permitirem conversações vídeo são já um meio simples, mas eficaz, de controlo sobre outrem

isto tudo a propósito de um suposto serviço que a optimus proporciona, pelos visto há imenso tempo, e que não é muito publicitado (nunca dei por tal), e que descobri acidentalmente numa pesquisa paralela na Internet, em que se pretendendo buscar determinado assunto, aparecem resultados de mil e uma coisas sem fim, não necessariamente relacionadas

esse serviço, denominado ‘ponto x’, permite localizar, entre outros, os ‘entes queridos’, realçando a operadora que a localização só é realizada quando o utilizador a autoriza previamente

se já se sabia desde há muito que tal localização era possível, tudo bem. agora tornar possível a cada utilizador a localização de outrem a pedido, a cada momento que lhe apetecer, sem razão fundamentada que não possa ser relacionada a uma razão de forma maior avalizada socialmente e legalmente, parece de facto uma intromissão exagerada, e uma permissão ao cidadão comum de ingerência e controlo da liberdade de circulação dos outros

e com o apetite nacional para tudo o que seja meter a colherada na sopa alheia…

1984 / george orwell (1948)
edição online em:
http://www.online-literature.com/orwell/1984/

are you sad? everybody is sad!



kenji (tadanobu asano) é um personagem extremamente complexo que se esconde por trás da figura de um pacato bibliotecário japonês destacado num serviço cultural na tailândia. é obsessivo-compulsivo e nutre um fascínio particular pela morte, tendo desenvolvido tendências suicidas

mas como ele diz, no inicio do filme, os motivos que o levam a tentar cometer suicídio estão longe de ser os habituais relacionados com problemas pessoais, profissionais ou económicos. ‘tenta’ porque sempre que kenji engendra uma nova forma de terminar com a sua vida, no momento da sua efectivação, há sempre algo, ou alguém que o impede, por acaso: quer seja a campainha, o despertador, o irmão que chega a sua casa para o visitar, etc

solitário, vivendo num país que lhe é estranho, e sem dominar a língua, kenji vai resistindo aos avanços da sua colega, enquanto simultaneamente dedica a sua atenção a observar nid (laila boonyasak), uma jovem frequentadora da biblioteca, levando posteriormente para casa o mesmo livro que ela tinha consultado: um livro de literatura infantil, que a tradução para o inglês intitula de ‘the last lizard’ (*), mas cujo título será mais próximo de ‘the other side of loneliness’

‘one day the lizard woke up and realized, that it was all alone on this earth’. assim começa o livro. certamente, que este facto será razão fundamental de várias situações em que se observam lagartos nas diferentes cenas. e kenji a personificação do lagarto, desenvolvendo assim particular ‘ligação’ com a jovem

as vidas de kenji e noi cruzam-se devido a uma sucessão de acontecimentos, com tanto de inesperado como de trágico. depois de assistir à morte do irmão, em sua própria casa, e vingando imediatamente assassinando o mafioso com a arma que curiosamente tinha adquirido para por termo à sua vida, kenji decide suicidar-se atirando-se de uma ponte. esta nova tentativa é travada pelo impacto de um acidente que ocorre justamente na ponte, depois de nid sair abruptamente do carro onde seguia com a sua irmã, noi (sinitta boonyasak), em virtude da briga que vinham tendo, e ser mortalmente atingida [nid e noi são, na realidade, irmãs]

a partir daqui desenvolve-se uma relação entre estes dois personagens, que acabaram por ter perdas semelhantes em tão pouco espaço de tempo: ambos perderam os irmãos. mais do que isso, ambos encontram-se numa encruzilhada nas suas vidas. sem destino visível e previsível refugiam-se na ‘companhia física’ um do outro após kenji pedir a noi para passar uns dias em sua casa. mas as semelhanças acabam aqui: eles não podiam ser mais diferentes

num filme construído em torno de um jogo infinito de inversões e opostos, com personagens estrangeiros em países distantes, o protagonista japonês que mora na tailândia e a tailandesa prestes a mudar-se para o japão, kenji e noi constituem duas personalidades diversas que precisam de aprender a conviver, e que de um modo inesperado se vêem numa situação onde têm de partilhar a casa, e de certo modo as suas vidas, ainda para mais com alguém que é a sua verdadeira antítese. kenji vê-se assim mergulhado num mundo de desarrumação e desorganização que lhe é completamente estranho, ele que compulsivamente tem tudo organizado e catalogado, limpo e arrumado

no fundo são duas pessoas que se vão conhecendo e, apesar das suas visíveis diferenças, vão criando laços, ao ponto de se gerar uma certa forma de amor. mas esta relação é construída numa linha muito ténue e assente numa grande tensão, onde a cada instante se gera uma intensa mediação entre as suas vidas e temperamentos opostos e distantes. desde logo os jogos de silêncio, próprios e simultaneamente impostos, já que um não fala a língua do outro, onde acabam por dialogar em inglês

o filme apresenta sentimentos bem reais e comuns, vistos de uma forma peculiar e cativante, podendo-se assistir a uma talentosa construção de um contexto onde se alternam de forma absolutamente coerente presente-passado (e, futuro), sonho-realidade, vida-morte, ordem-caos.

talvez seja esta última oposição a mais marcante no filme, enquanto kenji ajuda a ordenar a vida de noi, pacientemente arrumando a sua casa transfigurando-a completamente [tendo inclusive gasto cerca de 1,350 baht em produtos de limpeza (cerca de 30 euros)], a acção de noi tem o papel de reintroduzir um pouco de caos na vida do bibliotecário. será possível que os dois venham a formar, à sua maneira, uma espécie de par perfeito?!

é um filme cativante, em que à medida que as personagens se descobrem, tem uma extraordinária capacidade de seduzir o espectador, num jogo fascinante em que a narrativa se constrói e desconstrói a cada momento

à sua maneira, este é um filme de amor. o título tailandês significa, literalmente, ‘história de amor, pouco, grande’ num jogo de palavras com noi e nid que significam ‘pouco’ e ‘pequeno’ respectivamente. as duas palavras são também os nomes das duas irmãs, de tal modo que o título poderá também significar ‘história de amor de noi e nid, grande’ (mahasan = infinitamente muito, grande quantidade), o que poderá resultar em ‘pequena história de amor que é grande’

a destacar ainda a excelente cinematografia que ficou a cargo do conceituado christopher doyle (habitual colaborador de wong kar wai), e que consegue fotogramas de grande beleza e ao mesmo tempo de um grande realismo, dando um ar mais terreno a história

a reter igualmente a tocante banda sonora da autoria de hua-lampong riddim. fica aqui uma pequena amostra com esta faixa:
gravity / hua-lampong riddim featuring dharini divari (last life in the universe, 2003)
clicar aqui para ouvir

curiosidade:
o hino nacional tailandês é difundido todos os dias, às 8 da manhã, na rádio e na tv. o hino é ouvido imediatamente antes de se ver kenji e noi em casa de noi

última vida do universo / last life in the universe / ruang rak noi nid mahasan
pen-ek ratanaruang, 2003
sítio oficial

(*)
visto como uma referência ao importante e reconhecido autor nipónico yukio mishima, que cometeu seppuku / hara-kiri (suicídio espetando uma pequena faca no estômago), e que participou no filme 'black lizard' / kurotokage (1968), dirigido por kinji fukasaku

02 novembro 2005

have you ever seen...

...my blog

have you ever seen the rain?
credence clearwater revival (chronicle, vol. 1, 1994)
clicar aqui para ouvir

01 novembro 2005

a minha primeira vez...

...no flash

exercício 1
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exercício 2
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exercício 3
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sonhos desfeitos



é desta forma que começa a crónica do sítio da uefa sobre este jogo

impensável

o fc porto nunca esteve tão perto de ganhar ao inter como esta noite, e no entanto, não soube aproveitar as fragilidades desta equipa nem as incidências envolventes, nomeadamente de tirar partido do jogo se ter realizado sem espectadores, mais parecendo um jogo treino

talvez tenha até virado o jogo ao contrário, se o pensamento da vitória adquirida antecipadamente ao apito final, complementada com a sensação de treino, tomou conta do espírito do treinador e contaminou os jogadores


indispensável

por favor, mesmo para quem vê futebol na televisão, o público no estádio é fundamental

inter milan 2 : 1 fc porto

no reino da aparência



uma ilha mítica no arquipélago dos açores corre o risco de desaparecer por falta de população. adriana / ana moreira, filha do mais abastado patriarca, é enviada ao continente com a missão de ‘constituir família por métodos naturais’.

em poucas palavras, esta é a linha que guia adriana na sua viagem tentando cumprir a tarefa que o próprio pai lhe incumbiu, deste de ter sido ele mesmo o causador da ‘maldição’ a que a mítica ilha se submeteu, quando ao tempo do parto de adriana, sua mãe padeceu, e edmundo bettencourt da câmara peixe clama o juramento fatal de que ‘nunca mais se há-de nascer na ilha, nem sequer fornicar’

da calmaria da ilha imaginada, da sua pureza e inocência rurais, a doce e impoluta adriana cai na dura realidade urbana lisboeta, com os seus constantes perigos e ameaças

o que se suporia que seria o prosseguimento da trama, acompanhando a decadência e a perdição pelos recantos macabros da vida dura na grande cidade, não tem necessariamente lugar. adriana nunca caiará em todo o mal, embora passe por lá perto, sem no entanto sequer se aperceber de tal mal, mas também nunca encontrará a sua redenção.

adriana vive assim num pequeníssimo limbo, de somente alguns solavancos, sem grandes geringonças nem altos e baixos, numa história que poderá ser alguma coisa, mas que nunca chega a ser nada

é, no entanto, um filme que faz uma viagem pelo portugal, ou pelos vários países dentro de um, evidenciando as suas ‘múltiplas vozes, cores, pronúncias, cantos, classes e trabalhos’. é uma história de falsidades ou de inverdades, onde tudo aparenta ser, mas não é: é tudo falso, mas falso do melhor que há! diz a falsária que se fez passar por adriana. dos travestis que são mulheres sem o serem, das performances em playback, do miúdo motorista que não o devia ser…

ele há toda a referência a um portugal que existe sem o ser, e a um portugal que o é sem existir verdadeiramente

adriana é um exercício agridoce de reflexão sobre o país, que lança olhares irónicos, e por vezes cruéis, assentes na descrição de situações que roçam o grotesco e o cómico, que oram pedem crítica feroz, ora aspiram por compaixão, num tom que balança em torno do ‘trágico e do lírico’

há contudo, registos de desequilíbrios, ora em situações que se nos parecem irreais, demasiado idealizadas, contra natura, ora em diálogos que nuns casos parecem adequar-se, noutros há um assomo repentino de uma descarga de verborreia literária que quebra toda a espécie de verosimilhança com qualquer situação real

em casos, verifica-se também uma fragilidade ao nível da construção das personagens, que parecem não ter profundidade, estão mesmo ali para desempenhar aquele papel superficial

entretanto, há a nota de merecimento de romper com ditames convencionais, com uma linha de argumento que foge do lugar comum, e percepciona-se um grande trabalho ao nível do adensar de pequenos elementos complementares, ou adornadores da história simples. o resultado, é que muitos destes contributos são desproporcionais, pensando-se: faria diferença para o filme se ali estivessem?

o grande condão centra-se na imagem e interpretação da personagem de adriana, no seu rosto e no seu corpo, que com a sua simplicidade de gestos e de movimentos, tem o seu não-sei-quê de beleza cândida que gera um efeito de ‘cativo’ no observador

adriana (margarida gil, 2005)
site oficial

(*) imagine-se encontrar aqui de novo a contraposição urbano – rural. parece que de facto o país vive de facto numa luta visceral entre o passado e o futuro, entre o que é e o que gostava de ser

wallace & gromit



depois das curtas metragens ‘dia de folga’ (1989), ‘as calças erradas’ (1993) e ‘wallace & gromit: a close shave’ (1995), nick park e steve box trazem de volta ao ecrã wallace, um inventor distraído e o maior admirador de queijo do universo [everyone knows that the moon is made of cheese] e o seu fiel cão ainda mais genial que o dono, agora em versão alongada para puro deleite dos fãs

recordo-me perfeitamente de um dos primeiros contactos com estes personagens deliciosos, já lá vão quase dez anos, numa das iniciativas do então activíssimo núcleo de cinema da universidade de aveiro, ainda no 2002, desde há muito encerrado

wallace & gromit são uns personagens animados produzidos com base em bonecos de plasticina. a produção de uma filme como este é uma operação megalómana, sendo como é filmado recorrendo à técnica de ‘stop motion’, ou seja para gerar um segundo de filme é necessário alterar trabalhar os movimentos de todos os elementos do cenário por 24 vezes

steve box compara desta forma esta produção de animação de volumes fotograma a fotograma, que demorou 5 anos a preparar: ‘fazer um filme destes com 85 minutos de duração é como construir a grande muralha da china com fósforos’

mas vamos ao filme

de novo os heróis engendram-se numa série de peripécias, desta feita encontra-se estabelecidos numa empresa ‘anti-peste’ de exterminação de coelhos (a fazer lembrar os caça-fantasmas), que arruínam as plantações de vegetais, tão caras aos habitantes da vila, para mais quando se aproxima o festival anual de legumes gigantes

mas eis que surge uma peste difícil de combater, que toma corpo como coelhomem (uma adaptação da figura do lobisomem), e que vai colocar em causa a reputação dos heróis e a organização do festival

pelo meio, há um sem fim de situações absolutamente fantásticas e extremamente hilariantes, e referências a algumas peças cinematográficas, tais como o king-kong (e as outras já referidas atrás). são de pasmar os cuidadosos pormenores dos objectos, das personagens, dos cenários

fantabulástico

wallace & gromit: a maldição do coelhomem (nick park e steve box, 2005)
site oficial

30 outubro 2005

silent air

thunder in the air,
before a storm that rips,
anger in my heart,
a finger on my lips,

you showed me that silence,
that haunts this troubled world,
you showed me that silence
can speak louder than words

words end in disaster
on the rocks, in pieces,
i know something lives on there,
but i can't say what it is,

you showed me that silence,
that haunts this troubled world,
you showed me that silence
can speak louder than words.

silent air / the sound (from the lion's mouth, 1981)
clicar aqui para ouvir

silence is a warm gun

por tais [des]entendimentos é que, em demasiadas situações, fui ganhando o gosto de ouvir, mais do que falar, a não ser para realmente 'falar o que quero dizer'

como alguém disse:
mais vale estar calado e passar por parvo,
do que abrir a boca e acabar com as dúvidas

e mais a mais, também alguém disse:
silence can speak louder than words

adaptando a música dos beatles:
silence is a warm gun

hapiness is a warm gun / the beatles (white albun, 1967)
aqui na versão dos u2
hapiness is a warm gun [the gun mix] / u2 (the b-sides of 1990-2000)
clicar aqui para ouvir

[des]entendimentos…

este contributo calçado nos sapatos vermelhos, serve de forma extraordinária para esta pequena caminhada do passeio da complementaridade a este sr. certinho vs. caseiro

«
nem sempre as pessoas dizem o que pensam.
nem sempre as pessoas dizem o que querem dizer.
nem sempre as pessoas usam as palavras certas.
nem sempre as palavras correspondem à verdade.
nem sempre as pessoas ouvem o que o outro disse.
nem sempre as pessoas entendem o que foi dito.
nem sempre as pessoas sabem o que o outro quis dizer.
nem sempre as palavras são aquilo que se queria que fosse.

nem sempre há palavras.
haverá sempre pessoas sem saber o que dizer.
haverá sempre pessoas que não entendem o que foi dito.
»

i can’t escape myself

so many feelings
pent up in here
left all alone, i'm with
the one i most fear.

i'm sick and i'm tired
of reasoning;
just want to break out,
shake off this skin.

i, i can't
escape myself.

all my problems
loom larger than life
i can't swallow
another slice.

seems like my shadow
mocks every stride.
i learn to live with
what's trapped inside?

i can’t escape myself / the sound (jeopardy, 1980)
clicar aqui para ouvir

o positivo do negativo



ele há momentos que do ponto de vista pessoal da qualidade vivencial e societal são pouco expressivos. ele há momentos que são verdadeiros assomos de (re)descoberta

ele há momentos em que estando apenas num sítio e numa determinada conjuntura física e social, se está simultaneamente em sítios variados ancorados no éter (*)

ele há momentos que nos dizem tão pouco e simultaneamente são reveladores de tanto, revelando-se afinal em experiências absolutamente enriquecedoras, quando pareciam condenadas a um deserto absoluto

ele há sempre coisas para descobrir, angariar, trabalhar, maturar…
sobre mim, sobre os outros, sobre o mundo, sobre…

(*)
éter é uma palavra de origem grega: aithér, que significava, primitivamente, uma espécie de fluido subtil e rarefeito que preenchia todo o espaço e envolvia toda a terra (ubiquidade: o estar em toda a parte a todo o tempo). os gregos, fazendo uso da linguagem, compuseram o termo, provavelmente, a partir de aeí / sempre, e de theîn / correr; aquilo que sempre corre, o que está em perpétuo movimento

tradicional vs inovador



mesmo a calhar. o sucedâneo de acontecimentos fez com que na mesma semana tivesse a extraordinária oportunidade de contrapor, e de forma extremamente vincada, o carácter tradicional e o carácter inovador, no caso particular, no campo da actuação e performance musical, mas que pode mesmo ser expandido para uma generalização cultural, ainda que completamente subjectiva, superficial e pessoal.

este contraponto surge na sequência da assistência a uma ‘noite de fados’. o evento, surge em si, como um espelho da própria situação que pretendo reflectir. fruto da organização de uma ‘colectividade local’, a dita da noite de fados, em termos do espectáculo, traduziu-se numa qualidade confrangedora, através do desfiar de uma série de interpretes, a quem não faltará o amor e dedicação à música, e em especial àquela que é designada por ‘a canção nacional’, mas a quem faltará o reconhecimento, próprio e alheio, de que terão muito pouco para oferecer à dita arte

há aqui um claro contraponto entre aquilo que é a tradição e a inovação

no primeiro caso, está-se perante um género e/ou performance estabilizada e sacralizada, que o acumular do tempo ajudou a sedimentar. aqui importa sobretudo a qualidade da interpretação, quer ao nível da voz, quer da manipulação exígua dos instrumentos, para deles lhes retirar os sons característicos do género musical em causa

no segundo caso, o que está em avaliação não é necessariamente a interpretação e/ou a reprodução de temas no seu estado mais primoroso, mas a capacidade de criação e de inovação, no sentido de levar mais além aquilo que se conhece, ultrapassar as fronteiras do tradicional

ora, o ‘espectáculo’ a que eu assisti não permitiu chegar ao primeiro caso nem ao segundo, sabendo-se que o expectável seria atingir o primeiro, mas ficando longe

como dizia, entendo haver lugar para uma generalização, e que é aquela que perpassa intrinsecamente na cultura de actuação da massa populacional, caracterizada por um amadorismo em doses exageradas, em praticamente todos os campos de actuação. neste caso particular, não coloco em causa a mais que óbvia devoção e dedicação das pessoas à música e a este género. tendo como pressuposto que uma interpretação o mais qualificada possível é aquela que serve efectivamente para a contínua consagração do género, o que coloco em causa é que precisamente em nome dessa dedicação e dessa devoção, muitos não perceberem que através de actuações menos qualificadas contribuem para a desconsideração do género

um outro contraponto, e que à primeira vista não o seria, é também reflexo do ocaso a que a nos submetemos. refiro-me a uma determinada ‘cultura urbana’, em que supostamente se enquadra o espectáculo de kimmo pohjonen. o paradoxo, ou não, é que o próprio fado descende de uma cultura urbana, embora não contemporânea da actualidade. o que se reflecte neste ponto, é que embora se tratando de elementos que a um dado momento, ou mediante determinadas catalogações, se enquadrem num espírito de uma culturalidade urbana, ligada à vida nas cidades, o facto é que tem-se actualmente na sociedade portuguesa uma vivência física urbana, mas uma vivência rural ao nível da atitude e do comportamento. leia-se aqui rural no sentido da perpetuação de elementos sem introdução de inovação, do amadorismo, do nacional porreirismo, da cultura do desenrascanço, e aqui e ali ainda dominada por entendimentos míopes, crenças irracionais e temores obscuros

por fim, é neste patamar que se encontra a dita ‘sociedade civil’, incapaz de se regenerar e gerir a ela própria, e que pese embora do trabalho que desenvolve, que se poderá até considerar como muito valiosa, quase heróica, acontece num espírito voluntarioso e não voluntário, num espírito desresponsabilizador e não exigente, num espírito descendente e não elevador dos padrões. dito de outra forma, não precisamos de actos heróicos, episódicos… precisamos de actos pensados, planeados, contínuos, oleados, graduais

29 outubro 2005

resultados eleitorais oficiais

câmara municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
9194 - 44,72% - 4 - ps
7804 - 37,96% - 3 - ppd/psd.cds-pp
1452 - 07,06% - 0 - cdu
0594 - 02,89% - 0 - be
0512 - 02,49% - 0 - fe

assembleia municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
8178 - 39,78% - 9 - ps
7739 - 37,64% - 9 - ppd/psd.cds-pp
1821 - 08,86% - 2 - cdu
0950 - 04,62% - 1 - be
0712 - 03,46% - 0 - fe

assembleia de freguesia de silvalde
votos - percentagem - eleitos - partido
1983 - 45,26% - 7 - ps
1325 - 30,24% - 4 - ppd/psd.cds-pp
0481 - 10,98% - 1 - fe
0385 - 08,79% - 1 - cdu

um homem, uma mulher e 117 vacas



amor e vacas / the price of milk é uma agradável surpresa. é sem dúvida um filme fantástico, no duplo sentido, de ter tanto de sensacional como de fantasia

o enredo desenrola-se em torno do romance entre lucinda (danielle cormack) e rob (karl urban). certo dia, rob oferece um anel a lucinda. esta, tentando espicaçar mais a relação com rob, desviando-o da sua extrema devoção às suas vacas, segue os conselhos da amiga drosophila (willa o'neill), e tenta arreliar rob. no entanto, lucinda leva os seus esforços um pouco longe de mais. quando seguia para casa, conduzindo o seu carro, lucinda observa o anel e desvia o olhar da estrada, atropelando uma velha mulher que surgiu do nada. este ‘incidente’ desperta uma cadeia de eventos que vai desequilibrar a vida de lucinda, rob e das suas vacas

é um exercício pleno de criatividade e inventividade, na construção de um filme mágico, numa espécie de fábula ou conto de fadas contemporâneo, condimentando com realismo mágico, humor e poesia, num ambiente que tem como pano de fundo as magníficas e idílicas paisagens rurais neo-zelandesas

complementar à sua aura fantástica, harry sinclair introduz no filme, para além do realismo mágico, problemas de natureza mais terrena, notando-se nas entrelinhas da trama referências à colonização britânica da ilha neozelandesa e à luta das minorias maoris pelo direito à terra. é disso exemplo o pormenor da velha mulher que dorme com um monte de cobertores até ao tecto, aludindo a factores cobiçosos e sedentos da exploração colonizadora

existem também referências aos modos de vida quotidianos, nomeadamente no que se refere às expectativas na busca da felicidade, sejam próprias ou induzidas socialmente, e que poderão colocar em causa uma dada situação em detrimento de uma outra que se espera alcançar porque outrem algures refere que a felicidade e as formas de relacionamento são outras díspares da situação actual. é o caso, por exemplo, de lucinda, que começa a questionar a sua relação com rob, tendo por base as suas conversas com a amiga drosophila e os conselhos provenientes das ‘revistas do coração’

e há elementos absolutamente deliciosos, como o cão que sofre de agorafobia e que se movimenta para todo o lado no interior de uma caixa de cartão que vai arrastando consigo

no essencial, a luta pela dignidade, pelo amor e pelo direito de ser feliz

amor e vacas / the price of milk (harry sinclair, 2000)
sítio oficial

ps: para além disto tudo, pelo meio existem 117 vacas. está tudo dito!

27 outubro 2005

ambições para portugal



apresentação pública das 'ambições para portugal'
manifesto eleitoral de cavaco silva à presidência da república
alfândega do porto

26 outubro 2005

je ne suis pas un revolucionaire



'os edukadores' são jan (daniel brühl) e peter (stipe erceg), a quem mais tarde se junta jule (julia jentsch), que chamam a si um papel superior e intervencionista na transformação da sociedade através das suas acções que consistem em penetrar em ‘habitações faustosas’, não retirando nada, mas reformulando, sem nexo, a disposição de toda a mobília e restantes bens materiais, tentando com isso abalar a suposta segurança em que vivem as famílias abastadas, em actos julgados de serviço à causa na busca de uma tão ansiada justiça social, terminando e assinando todas as acções com poderosas frases-arma tais como:
‘die fetten jahre sind vorbei’ die erziehungsberechtigten
os vossos dias de abundância terminaram, os edukadores
‘sie haben zu viel geld’ die erziehungsberechtigten
vocês têm demasiado dinheiro, os edukadores

'the edukators' tenta ser muita coisa ao mesmo tempo, nomeadamente, faz um exercício de colocar três histórias numa: o filme político, a viagem da descoberta / confronto de gerações, e a história de amor a três

o filme político
a barbicha e a imagem das restantes personagens numa procura do imaginário revolucionário dos anos ’60, a busca do ícone che, que se transformou num elemento da mais pura arte da publicidade e do merchandising, e que em boa verdade diz muito pouco a muita gente nos dias que correm

esse confronto do idealismo / pragmatismo, do socialismo / capitalismo é também procurado na remissão à história alemã, através da referência aos dois países, às duas alemanhas: os vendidos ao grande capital e os que jamais o serão: os idealistas, os puristas, os utópicos

a viagem da descoberta / confronto de gerações
o revelar de um conflito geracional: os ‘revolucionários’ de ontem que se manifestaram e marcharam em ’68, que se encontram envelhecidos tanto fisicamente como ideologicamente, são os comandantes de hoje, rendidos e submissos aos capitalismo e à globalização que eles próprios tanto criticavam, em confronto com a angústia da juventude de hoje, que parece não ter causas, e a quem sugere que faltam motivos para se rebelarem: a revolução de ontem é o sistema de hoje, a revolução de hoje será o sistema de amanhã

a história de amor a três
um motivo ao qual não é concedida a força necessária para se afirmar na trama e não leva a lado nenhum

mostra-se como um filme que não justifica o aparato: não basta apanhar o tom superficial de uma época para tocar, de facto, no que lhe é mais visceral

revela um acumular de clichés, onde o diálogo nas montanhas se mostra como o exemplo acabado desse desfiar de clichés, lugares comuns e frases feitas que se vão esgotando, parecendo inclusive que os argumentos em confronto não se enquadram numa mesma conversa

sofre de uma visão militante e activista temerosa perante o mundo globalizado: transpira comunismo, anarquismo, radicalismo. mas fá-lo precisamente da pior forma, não conseguindo passar a mensagem política, antes transforma-se no que se poderá designar por um elemento de merchandising: pede para aderirem à causa, não pelas ideias, mas porque é ‘fixe’, está na moda

dá uma falsa sensação dos acontecimentos, onde a verosimilitude das situações e das personagens é sempre posta em causa, o rumo dos acontecimentos e algumas situações criadas nunca se assumem com grande fiabilidade

e está impregnado de um efeito panfletário marcado por uma aura romântica e aventureira, que pretende arrebatar o espectador no sentido de tomar partido pela luta ‘utópica’ dos 3 jovens, em claro confronto e antagonismo com a visão estereotipada da classe burguesa, entendida como o inimigo a combater a todo o custo, e que é retratada como altiva, arrogante, caprichosa, símbolo de despotismo e latifundiário cujo objectivo é a exploração dos mais pobres e necessitados

trata-se de um exercício demagógico que pretende libertar do espírito do povo, e em especial dos jovens, a vontade de gritar e se revoltar contra as muitas injustiças em seu redor, e acima de tudo, nunca vender os seus ideais e nunca desistir

sobre a afamada frase, enunciada no filme:
‘quem tem menos de 30 anos e não é liberal, não tem coração
quem tem mais de 30 anos e é liberal, não tem cérebro

eu, por mim, tenho menos de 30 anos, e não me considero liberal (seja lá o que isso for, porque para tal catalogação teríamos de definir exactamente o que se entende por liberal). quer isso dizer que não tenho coração!? por outro lado, não sendo liberal, e ainda não tendo ultrapassado os 30 anos, terei eu amadurecido (envelhecido) precocemente!? ainda que possa parecer presunçoso e arrogante, mas entendam-no apenas num sentido provocatório, uma coisa é certa, e não regateio nem admito questionar: tenho cérebro!

resta assinalar as extraordinárias presenças sonoras do arrebatador ‘darts of pleasure’ dos franz ferdinand (clicar aqui para ouvir) e do redentor ‘hallelujah’, de leonard cohen na voz de jeff buckley (clicar aqui para ouvir / versão original)

os edukadores / hans weingartner (2004)
sítio oficial

25 outubro 2005

um espectáculo assombroso



sentado na plateia do aveirense, aguardando o início do espectáculo.
as luzes apagam-se. alguns sons começam por ecoar no espaço.
imagens surgem projectadas na tela.
jogos de luzes são cuidadosamente manipulados.

os sons vão-se afirmando, desde suaves e quase imperceptíveis sons, como as ondas calmas do mar, até tresloucados arrepios em crescendo de acordes graves e alterações súbitas e misteriosas de registo, que preenchem por completo o vazio instalado num espaço em penumbra, ao ponto de fazer transbordar incrivelmente uma miríade de sensações verdadeiramente assombrosas.

um olhar atento na ficha técnica mostra que todos aqueles sons são interpretados apenas por um homem, ou melhor, por um homem e o seu acordeão, para ser mais exacto. mais, todos os sons e samples são originados ao vivo a partir da voz e do acordeão, não existindo lugar para a transmissão de registos previamente gravados.

kimmo pohjonen é o homem responsável por esta paleta extraordinária de sons, cujas pinceladas musicais revelam o seu raro génio para redefinir o género e recalibrar o paradigma vigente, tornando-o num arauto do século que há-de vir.

num artigo que se pode ler no seu site oficial, kimmo pohjonen é descrito como um “padre pagão que segue exorcizando os demónios do seu meio, libertando o seu instrumento de todo e qualquer lastro histórico. nas suas mãos, o acordeão não é um fole ofegante retirado da prateleira de vez em quando para reviver as gingas remanescentes do antigamente. nas suas mãos, o acordeão ganha vida com a promessa do amanhã e o som do futuro.”

dito de outra forma, não é um intérprete, cuja acção expectável seria a de interpretar e/ou reproduzir temas no seu estado mais primoroso… kimmo pohjonen é um criador

mas a inovação não se dá apenas nos sons que arranca do instrumento. o próprio espectáculo é também ele uma encenação verdadeiramente completa e minuciosamente trabalhada e sincronizada com um conjunto de equipamentos de ‘modelação do som’ e a sua própria voz, contando com a preciosa contribuição do ‘sound-light-multimedia design’, transformando a actuação num evento integrador e futurista.

o efeito do desconhecido, do que há-de vir, e que não se conhece, é transmitido pela sensação do espectador absorto num estado de ansiedade medonho, de assombro, fomentado pelo ambiente obscuro criado e cimentado pelos arrepios dos sons e pelos tremores e grunhidos vocais animalescos

simultânea e curiosamente, remete para um tempo anterior e distante, diria mitológico, medieval ou pagão, da encenação de exorcismo quase demoníaco que deixa qualquer um sem respirar

animator / kimmo pohjonen
site oficial
ver video.demo

24 outubro 2005

necessário, mas não suficiente

comecei por uma passagem rápida que se foi alongando no tempo à medida que avançava no texto.

por princípio, norma, defeito, ou feitio, não me costumo demorar em textos do género, ainda mais num característico português do outro lado do atlântico que, em boa verdade, quando leio não me soa muito bem. digamos que não é coisa que eu consiga digerir com facilidade…

mas esta ‘crônica’ do amor foi retendo a minha atenção, não tanto pelo seu texto em si, mas porque me foi remetendo para este texto que aqui deixei há alguns dias, e simultaneamente, para uma aparente ou nítida contradição com os versos de uma determinada música

se nesta ‘crônica’ se veicula a ideia de que não se ama alguém pelos seus referenciais (incluindo a música, ou podendo a música ser o referencial determinante), temos por outro lado o rui veloso e o carlos tê que dizem por aí, vai para 15 anos, que ‘não se ama alguém que não ouve a mesma canção’

afinar exclusivamente pel’a paixão (segundo nicolau da viola) é excessivamente redutor?

será importante, embora não determinante, não digo ouvir a mesma canção, mas ‘partilhar’ um punhado ou uma meia dúzia de canções?

por outro lado, partilhar esse punhado de canções será condição necessária ou não?

será condição necessária e suficiente, ou necessária mas não suficiente?

a paixão (segundo nicolau da viola) / rui veloso
(mingos & os samurais, 1990)
ouvir

23 outubro 2005

porto



porto
cm porto

porcelain girl

honey tea, smiling porcelain girl

21 outubro 2005

fix you

when you try your best but you don't succeed
when you get what you want but not what you need
when you feel so tired but you can't sleep
stuck in reverse

and the tears come streaming down your face
when you lose something you can't replace
when you love someone but it goes to waste
could it be worse?

lights will guide you home
and ignite your bones
and I will try to fix you

and high up above or down below
when you're too in love to let it go
but if you never try you'll never know
just what you're worth

lights will guide you home
And ignite your bones
I will try to fix you

tears stream down your face
when you lose something you cannot replace
tears stream down your face
and I..

tears stream down your face
I promise you I will learn from the mistakes
tears stream down your face
and I..

lights will guide you home
and ignite your bones
and I will try to fix you

fix you / coldplay (x&y, 2005)
ouvir

já o tenho



depeche mode
pavilhão atlântico
08 fevereiro 2006

20 outubro 2005

temos candidato!



cavaco silva apresentou definitivamente
a sua candidatura à presidência da república

'tenho' candidato,
e para a necessária clarificação e declaração de interesses,
informo desde já que 'estou em campanha'

'sou independente, mas não sou neutro'

site oficial da candidatura:
http://www.cavacosilva.pt/