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improvement makes straight roads, but the crooked roads without improvement, are roads of genius. william blake <>if music be the food of love, play on… William Shakespeare
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Ele há coisas na vida que realmente são regeneradoras e que aguçam a criatividade. Por isso, e a pedido de várias famílias, e como parece que isto já vai sendo quase que uma colecção de 'cromos' aqui vai o registo / inventário do nick camaleão...

PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A 'BUSCA DE SOLUÇÕES' EM DETRIMENTO DA 'ESPECULAÇÃO'?

JÁ AGORA: PODE O GOVERNO, A CM DE ESPINHO E A REFER SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS E PROJECTOS SOBRE O 'ENTERRAMENTO DA LINHA FÉRREA NA CIDADE DE ESPINHO'? CLICAR AQUI PARA SABER MAIS

10 junho 2005

10 de junho



portugal comemora a 10 de junho aquele que adoptou como o seu dia, na data apontada como a da provável morte de camões, comemorando-se também o seu dia, e ainda o dia das comunidades portuguesas.

a história da comemoração do 10 de junho remonta aos inícios da implantação da república, em que lisboa escolheu como seu feriado municipal o dia em honra de camões, em que os republicanos lisboetas tentavam evocar as comemorações camonianas de 1880, uma das primeiras manifestações das massas republicanas em plena monarquia, e simultaneamente tentando diminuir a importância do antigo feriado municipal religioso de santo antónio, a 13 de junho, a que a implementação de um estado republicano e laico se opunha.

é em 1933, com o estado novo, e com antónio salazar na liderança que o 10 de junho passa a ser particularmente exaltado como dia nacional, precisamente no dia da provável morte de camões que ‘representava justamente o génio da pátria, representava portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial’ e que o estado novo ampliou ‘num sentido nacionalista e de comemoração colectiva histórica, numa vertente comemorativista e propagandística’ adoptando-o como o dia da raça.

o dia da raça comemorava a raça do povo português mas de uma forma muito ambivalente, e entendida de um forma genérica, exaltando a ‘originalidade’ e ‘a capacidade dos portugueses’ face aos outros povos europeus, alicerçado numa história de séculos, um dos mais antigos estados da Europa, e ainda num império colonial que poucos igualavam. era a exaltação de ‘um povo diferente, aparentemente frágil, mas com valores que lhe permitiram grandes realizações’, comemorando-se no dia da raça e de camões ‘a nação e o império, a metrópole e as colónias’.

com o 25 de abril, o 10 de junho continuou a ser comemorado, mas a revolução retirou-lhe o pendor nacionalista que continha até então, passando inclusive a adoptar-se a denominação de dia de portugal, de camões e das comunidades portuguesas.

continua-se efectivamente a exaltar o povo português, mas numa lógica diferente da anterior, contrapondo-se ao portugal colonial, dá-se ênfase ao portugal da diáspora, constituído pela imensa massa de população que se espalhou no mundo, fosse na qualidade de resistente e combatente ao anterior regime, fosse por questões económicas, que por ‘falta de pão’, numa também crítica posição relativamente à situação anterior do país. adopta-se então um posicionamento de celebração do portugal no mundo, em oposição ao ‘orgulhosamente sós’.

o dia de portugal constituiu-se também como uma oportunidade de ‘tentar dignificar, através da atribuição de determinados títulos e medalhas, portugueses que se tenham distinguido em determinadas áreas, sem distinção da opção ideológica ou da opção religiosa’.

entretanto, a verdade é que com o avançar do tempo, e as próprias posturas adoptadas, e com própria democratização, diga-se, as comemorações começaram a generalizar-se e a banalizar-se, perdendo muito do seu simbolismo e finalidades anteriores.

este ano o actual presidente da república tem uma lista de 59 condecorações para entregar na ocasião das cerimónias oficiais. no total, elevam-se para 1484 o número de condecorações atribuídas por jorge sampaio, mas ainda distante de ser o que mais medalhas distribuiu, área em que o ex-presidente mário soares foi o mais generoso, atribuindo por dá-cá-aquela-palha um máximo de 2448, enquanto ramalho eanes atribuiu 1952.

mas entenda-se que os números até nem são o espanto maior. esse é concerteza os critérios de atribuição das condecorações e a mais valia ou exemplo dos condecorados. ainda agora nesta lista de condecorados há nomes tão estranhos quanto os de catarina furtado, sevinate pinto, proença de carvalho, leonor pinhão, fátima campos ferreira, nicolau breyner, elisa ferreira, josé vera jardim, leonor beleza… entre outros

um dia, e não sei se já não o terão ganho uma medalhita, ainda quero ver agraciados o quim barreiros, pelo imenso que contribuiu para a música popular portuguesa, e o tony carreira pela sua carreira na música ligeira portuguesa, e da sua incomparável capacidade de esgotar o olympia, os coliseus e o pavilhão atlântico. e porque não?

ah e já agora, foi preciso o mourinho ser campeão na inglaterra, estando num outro clube que não o fc porto, para ser agraciado? uma taça uefa e uma liga dos campeões não era bastante?

apoiado em: jornalismo porto net