as palavras
são como um cristal,
as palavras.
algumas, um punhal,
um incêndio.
outras,
orvalho apenas.
secretas vêm, cheias de memória.
inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
desamparadas, inocentes,
leves.
tecidas são de luz
e são a noite.
e mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
quem as escuta? quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
eugénio de andrade
1 Comments:
O senhor Eugénio é um poeta extraordinário... tocava nas palavras quase como se se mantivesse a parte do tudo...no entanto sempre visivel que todo aquele conjunto de palavras eram dele...e de mais ngm..apenas dele! :)
21 agosto, 2005 10:51
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