isto tá tudo ligado (2)
mas há mais do que as comemorações do 10 de junho propriamente ditas que causam manifestações de desagravo contra esta forma de estar e de actuar.
os jornais dão conta de que as comemorações em guimarães não foram pacíficas, no sentido em que geraram a contestação de cidadãos vimaranenses ‘contra festas de ricos numa cidade flagelada elo desemprego e pelo encerramento de fábricas’.
o argumento é o de que se está perante uma ‘estranha forma de apertar o cinto tão solicitado pelos maiores responsáveis pela nação’, e que ‘todos os dias nos surpreendem, pela negativa, lógico, com ordenados… qual principescos? de sultão, mesmo, e reformas muito bem reformadas’
dizem-se ‘estupefactos com estas aventuras do ‘rei jorge’, agravadas pela polémica que surgiu na sequência da reserva do pavilhão multiusos de guimarães pela autarquia, quando o local já estava reservado para outros eventos, tendo a câmara municipal que indemnizar em 36 mil euros os organizadores desses mesmos eventos anulados (para poder utilizar o espaço de que é proprietária), ‘fora o jantar que o chefe da câmara oferece, o jantar que o rei oferece, e os pagantes são os contribuintes’.
estes sintomas de mal generalizado no país, são sentidos de forma particularmente acentuada nesta região do vale do ave e do vale do cavado que se vêm a braços com inúmeras fábricas a encerrarem, com especial incidência para as têxteis, fruto da liberalização das relações comerciais com a china, no tocante aos têxteis e a outros sectores, que introduzem produtos com custos baixíssimos com os quais estas empresas não conseguem competir
os jornais têm vindo também a relatar esse panorama de abandono e falência, referindo que os centros de emprego da região não têm tido mãos a medir para a fila de desempregados e de recém-desempregados que não pára de aumentar.
sintomas claros desta crise no modelo de desenvolvimento económico local residem nos fracos resultados desportivos dos emblemas locais. veja-se por exemplo, em barcelos em que o gil vicente viu-se e desejou-se para permanecer no escalão maior, e do óquei clube de barcelos que produziu uma época aquém do seu habitual valor, ou em guimarães, com a descida do moreirense.
produção têxtil barata da china conduz clubes à segunda divisão, podia muito bem ser o título de uma qualquer notícia num qualquer jornal
óbvio que estas coisas não são assim tão lineares, até porque os dois maiores clubes minhotos acabaram por obter excelentes posições finais, no que ao futebol diz respeito, mas ainda assim não se espere pela demora…
mas já que se fala nisso, deve-se estar atento ao distrito de aveiro: 6 clubes desceram de escalão, incluindo os históricos beira-mar e sp. de espinho, e entre os que conseguiram a promoção não se encontra nenhum do distrito… há-de concerteza querer dizer algo
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