improvement makes straight roads, but the crooked roads without improvement, are roads of genius. william blake <>if music be the food of love, play on… William Shakespeare
.
Ele há coisas na vida que realmente são regeneradoras e que aguçam a criatividade. Por isso, e a pedido de várias famílias, e como parece que isto já vai sendo quase que uma colecção de 'cromos' aqui vai o registo / inventário do nick camaleão...

PODE O GOVERNO SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS SOBRE O AEROPORTO DA OTA PARA QUE NA SOCIEDADE PORTUGUESA SE VALORIZE MAIS A 'BUSCA DE SOLUÇÕES' EM DETRIMENTO DA 'ESPECULAÇÃO'?

JÁ AGORA: PODE O GOVERNO, A CM DE ESPINHO E A REFER SFF COLOCAR EM LINHA OS ESTUDOS E PROJECTOS SOBRE O 'ENTERRAMENTO DA LINHA FÉRREA NA CIDADE DE ESPINHO'? CLICAR AQUI PARA SABER MAIS

30 outubro 2005

silent air

thunder in the air,
before a storm that rips,
anger in my heart,
a finger on my lips,

you showed me that silence,
that haunts this troubled world,
you showed me that silence
can speak louder than words

words end in disaster
on the rocks, in pieces,
i know something lives on there,
but i can't say what it is,

you showed me that silence,
that haunts this troubled world,
you showed me that silence
can speak louder than words.

silent air / the sound (from the lion's mouth, 1981)
clicar aqui para ouvir

silence is a warm gun

por tais [des]entendimentos é que, em demasiadas situações, fui ganhando o gosto de ouvir, mais do que falar, a não ser para realmente 'falar o que quero dizer'

como alguém disse:
mais vale estar calado e passar por parvo,
do que abrir a boca e acabar com as dúvidas

e mais a mais, também alguém disse:
silence can speak louder than words

adaptando a música dos beatles:
silence is a warm gun

hapiness is a warm gun / the beatles (white albun, 1967)
aqui na versão dos u2
hapiness is a warm gun [the gun mix] / u2 (the b-sides of 1990-2000)
clicar aqui para ouvir

[des]entendimentos…

este contributo calçado nos sapatos vermelhos, serve de forma extraordinária para esta pequena caminhada do passeio da complementaridade a este sr. certinho vs. caseiro

«
nem sempre as pessoas dizem o que pensam.
nem sempre as pessoas dizem o que querem dizer.
nem sempre as pessoas usam as palavras certas.
nem sempre as palavras correspondem à verdade.
nem sempre as pessoas ouvem o que o outro disse.
nem sempre as pessoas entendem o que foi dito.
nem sempre as pessoas sabem o que o outro quis dizer.
nem sempre as palavras são aquilo que se queria que fosse.

nem sempre há palavras.
haverá sempre pessoas sem saber o que dizer.
haverá sempre pessoas que não entendem o que foi dito.
»

i can’t escape myself

so many feelings
pent up in here
left all alone, i'm with
the one i most fear.

i'm sick and i'm tired
of reasoning;
just want to break out,
shake off this skin.

i, i can't
escape myself.

all my problems
loom larger than life
i can't swallow
another slice.

seems like my shadow
mocks every stride.
i learn to live with
what's trapped inside?

i can’t escape myself / the sound (jeopardy, 1980)
clicar aqui para ouvir

o positivo do negativo



ele há momentos que do ponto de vista pessoal da qualidade vivencial e societal são pouco expressivos. ele há momentos que são verdadeiros assomos de (re)descoberta

ele há momentos em que estando apenas num sítio e numa determinada conjuntura física e social, se está simultaneamente em sítios variados ancorados no éter (*)

ele há momentos que nos dizem tão pouco e simultaneamente são reveladores de tanto, revelando-se afinal em experiências absolutamente enriquecedoras, quando pareciam condenadas a um deserto absoluto

ele há sempre coisas para descobrir, angariar, trabalhar, maturar…
sobre mim, sobre os outros, sobre o mundo, sobre…

(*)
éter é uma palavra de origem grega: aithér, que significava, primitivamente, uma espécie de fluido subtil e rarefeito que preenchia todo o espaço e envolvia toda a terra (ubiquidade: o estar em toda a parte a todo o tempo). os gregos, fazendo uso da linguagem, compuseram o termo, provavelmente, a partir de aeí / sempre, e de theîn / correr; aquilo que sempre corre, o que está em perpétuo movimento

tradicional vs inovador



mesmo a calhar. o sucedâneo de acontecimentos fez com que na mesma semana tivesse a extraordinária oportunidade de contrapor, e de forma extremamente vincada, o carácter tradicional e o carácter inovador, no caso particular, no campo da actuação e performance musical, mas que pode mesmo ser expandido para uma generalização cultural, ainda que completamente subjectiva, superficial e pessoal.

este contraponto surge na sequência da assistência a uma ‘noite de fados’. o evento, surge em si, como um espelho da própria situação que pretendo reflectir. fruto da organização de uma ‘colectividade local’, a dita da noite de fados, em termos do espectáculo, traduziu-se numa qualidade confrangedora, através do desfiar de uma série de interpretes, a quem não faltará o amor e dedicação à música, e em especial àquela que é designada por ‘a canção nacional’, mas a quem faltará o reconhecimento, próprio e alheio, de que terão muito pouco para oferecer à dita arte

há aqui um claro contraponto entre aquilo que é a tradição e a inovação

no primeiro caso, está-se perante um género e/ou performance estabilizada e sacralizada, que o acumular do tempo ajudou a sedimentar. aqui importa sobretudo a qualidade da interpretação, quer ao nível da voz, quer da manipulação exígua dos instrumentos, para deles lhes retirar os sons característicos do género musical em causa

no segundo caso, o que está em avaliação não é necessariamente a interpretação e/ou a reprodução de temas no seu estado mais primoroso, mas a capacidade de criação e de inovação, no sentido de levar mais além aquilo que se conhece, ultrapassar as fronteiras do tradicional

ora, o ‘espectáculo’ a que eu assisti não permitiu chegar ao primeiro caso nem ao segundo, sabendo-se que o expectável seria atingir o primeiro, mas ficando longe

como dizia, entendo haver lugar para uma generalização, e que é aquela que perpassa intrinsecamente na cultura de actuação da massa populacional, caracterizada por um amadorismo em doses exageradas, em praticamente todos os campos de actuação. neste caso particular, não coloco em causa a mais que óbvia devoção e dedicação das pessoas à música e a este género. tendo como pressuposto que uma interpretação o mais qualificada possível é aquela que serve efectivamente para a contínua consagração do género, o que coloco em causa é que precisamente em nome dessa dedicação e dessa devoção, muitos não perceberem que através de actuações menos qualificadas contribuem para a desconsideração do género

um outro contraponto, e que à primeira vista não o seria, é também reflexo do ocaso a que a nos submetemos. refiro-me a uma determinada ‘cultura urbana’, em que supostamente se enquadra o espectáculo de kimmo pohjonen. o paradoxo, ou não, é que o próprio fado descende de uma cultura urbana, embora não contemporânea da actualidade. o que se reflecte neste ponto, é que embora se tratando de elementos que a um dado momento, ou mediante determinadas catalogações, se enquadrem num espírito de uma culturalidade urbana, ligada à vida nas cidades, o facto é que tem-se actualmente na sociedade portuguesa uma vivência física urbana, mas uma vivência rural ao nível da atitude e do comportamento. leia-se aqui rural no sentido da perpetuação de elementos sem introdução de inovação, do amadorismo, do nacional porreirismo, da cultura do desenrascanço, e aqui e ali ainda dominada por entendimentos míopes, crenças irracionais e temores obscuros

por fim, é neste patamar que se encontra a dita ‘sociedade civil’, incapaz de se regenerar e gerir a ela própria, e que pese embora do trabalho que desenvolve, que se poderá até considerar como muito valiosa, quase heróica, acontece num espírito voluntarioso e não voluntário, num espírito desresponsabilizador e não exigente, num espírito descendente e não elevador dos padrões. dito de outra forma, não precisamos de actos heróicos, episódicos… precisamos de actos pensados, planeados, contínuos, oleados, graduais

29 outubro 2005

resultados eleitorais oficiais

câmara municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
9194 - 44,72% - 4 - ps
7804 - 37,96% - 3 - ppd/psd.cds-pp
1452 - 07,06% - 0 - cdu
0594 - 02,89% - 0 - be
0512 - 02,49% - 0 - fe

assembleia municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
8178 - 39,78% - 9 - ps
7739 - 37,64% - 9 - ppd/psd.cds-pp
1821 - 08,86% - 2 - cdu
0950 - 04,62% - 1 - be
0712 - 03,46% - 0 - fe

assembleia de freguesia de silvalde
votos - percentagem - eleitos - partido
1983 - 45,26% - 7 - ps
1325 - 30,24% - 4 - ppd/psd.cds-pp
0481 - 10,98% - 1 - fe
0385 - 08,79% - 1 - cdu

um homem, uma mulher e 117 vacas



amor e vacas / the price of milk é uma agradável surpresa. é sem dúvida um filme fantástico, no duplo sentido, de ter tanto de sensacional como de fantasia

o enredo desenrola-se em torno do romance entre lucinda (danielle cormack) e rob (karl urban). certo dia, rob oferece um anel a lucinda. esta, tentando espicaçar mais a relação com rob, desviando-o da sua extrema devoção às suas vacas, segue os conselhos da amiga drosophila (willa o'neill), e tenta arreliar rob. no entanto, lucinda leva os seus esforços um pouco longe de mais. quando seguia para casa, conduzindo o seu carro, lucinda observa o anel e desvia o olhar da estrada, atropelando uma velha mulher que surgiu do nada. este ‘incidente’ desperta uma cadeia de eventos que vai desequilibrar a vida de lucinda, rob e das suas vacas

é um exercício pleno de criatividade e inventividade, na construção de um filme mágico, numa espécie de fábula ou conto de fadas contemporâneo, condimentando com realismo mágico, humor e poesia, num ambiente que tem como pano de fundo as magníficas e idílicas paisagens rurais neo-zelandesas

complementar à sua aura fantástica, harry sinclair introduz no filme, para além do realismo mágico, problemas de natureza mais terrena, notando-se nas entrelinhas da trama referências à colonização britânica da ilha neozelandesa e à luta das minorias maoris pelo direito à terra. é disso exemplo o pormenor da velha mulher que dorme com um monte de cobertores até ao tecto, aludindo a factores cobiçosos e sedentos da exploração colonizadora

existem também referências aos modos de vida quotidianos, nomeadamente no que se refere às expectativas na busca da felicidade, sejam próprias ou induzidas socialmente, e que poderão colocar em causa uma dada situação em detrimento de uma outra que se espera alcançar porque outrem algures refere que a felicidade e as formas de relacionamento são outras díspares da situação actual. é o caso, por exemplo, de lucinda, que começa a questionar a sua relação com rob, tendo por base as suas conversas com a amiga drosophila e os conselhos provenientes das ‘revistas do coração’

e há elementos absolutamente deliciosos, como o cão que sofre de agorafobia e que se movimenta para todo o lado no interior de uma caixa de cartão que vai arrastando consigo

no essencial, a luta pela dignidade, pelo amor e pelo direito de ser feliz

amor e vacas / the price of milk (harry sinclair, 2000)
sítio oficial

ps: para além disto tudo, pelo meio existem 117 vacas. está tudo dito!

27 outubro 2005

ambições para portugal



apresentação pública das 'ambições para portugal'
manifesto eleitoral de cavaco silva à presidência da república
alfândega do porto

26 outubro 2005

je ne suis pas un revolucionaire



'os edukadores' são jan (daniel brühl) e peter (stipe erceg), a quem mais tarde se junta jule (julia jentsch), que chamam a si um papel superior e intervencionista na transformação da sociedade através das suas acções que consistem em penetrar em ‘habitações faustosas’, não retirando nada, mas reformulando, sem nexo, a disposição de toda a mobília e restantes bens materiais, tentando com isso abalar a suposta segurança em que vivem as famílias abastadas, em actos julgados de serviço à causa na busca de uma tão ansiada justiça social, terminando e assinando todas as acções com poderosas frases-arma tais como:
‘die fetten jahre sind vorbei’ die erziehungsberechtigten
os vossos dias de abundância terminaram, os edukadores
‘sie haben zu viel geld’ die erziehungsberechtigten
vocês têm demasiado dinheiro, os edukadores

'the edukators' tenta ser muita coisa ao mesmo tempo, nomeadamente, faz um exercício de colocar três histórias numa: o filme político, a viagem da descoberta / confronto de gerações, e a história de amor a três

o filme político
a barbicha e a imagem das restantes personagens numa procura do imaginário revolucionário dos anos ’60, a busca do ícone che, que se transformou num elemento da mais pura arte da publicidade e do merchandising, e que em boa verdade diz muito pouco a muita gente nos dias que correm

esse confronto do idealismo / pragmatismo, do socialismo / capitalismo é também procurado na remissão à história alemã, através da referência aos dois países, às duas alemanhas: os vendidos ao grande capital e os que jamais o serão: os idealistas, os puristas, os utópicos

a viagem da descoberta / confronto de gerações
o revelar de um conflito geracional: os ‘revolucionários’ de ontem que se manifestaram e marcharam em ’68, que se encontram envelhecidos tanto fisicamente como ideologicamente, são os comandantes de hoje, rendidos e submissos aos capitalismo e à globalização que eles próprios tanto criticavam, em confronto com a angústia da juventude de hoje, que parece não ter causas, e a quem sugere que faltam motivos para se rebelarem: a revolução de ontem é o sistema de hoje, a revolução de hoje será o sistema de amanhã

a história de amor a três
um motivo ao qual não é concedida a força necessária para se afirmar na trama e não leva a lado nenhum

mostra-se como um filme que não justifica o aparato: não basta apanhar o tom superficial de uma época para tocar, de facto, no que lhe é mais visceral

revela um acumular de clichés, onde o diálogo nas montanhas se mostra como o exemplo acabado desse desfiar de clichés, lugares comuns e frases feitas que se vão esgotando, parecendo inclusive que os argumentos em confronto não se enquadram numa mesma conversa

sofre de uma visão militante e activista temerosa perante o mundo globalizado: transpira comunismo, anarquismo, radicalismo. mas fá-lo precisamente da pior forma, não conseguindo passar a mensagem política, antes transforma-se no que se poderá designar por um elemento de merchandising: pede para aderirem à causa, não pelas ideias, mas porque é ‘fixe’, está na moda

dá uma falsa sensação dos acontecimentos, onde a verosimilitude das situações e das personagens é sempre posta em causa, o rumo dos acontecimentos e algumas situações criadas nunca se assumem com grande fiabilidade

e está impregnado de um efeito panfletário marcado por uma aura romântica e aventureira, que pretende arrebatar o espectador no sentido de tomar partido pela luta ‘utópica’ dos 3 jovens, em claro confronto e antagonismo com a visão estereotipada da classe burguesa, entendida como o inimigo a combater a todo o custo, e que é retratada como altiva, arrogante, caprichosa, símbolo de despotismo e latifundiário cujo objectivo é a exploração dos mais pobres e necessitados

trata-se de um exercício demagógico que pretende libertar do espírito do povo, e em especial dos jovens, a vontade de gritar e se revoltar contra as muitas injustiças em seu redor, e acima de tudo, nunca vender os seus ideais e nunca desistir

sobre a afamada frase, enunciada no filme:
‘quem tem menos de 30 anos e não é liberal, não tem coração
quem tem mais de 30 anos e é liberal, não tem cérebro

eu, por mim, tenho menos de 30 anos, e não me considero liberal (seja lá o que isso for, porque para tal catalogação teríamos de definir exactamente o que se entende por liberal). quer isso dizer que não tenho coração!? por outro lado, não sendo liberal, e ainda não tendo ultrapassado os 30 anos, terei eu amadurecido (envelhecido) precocemente!? ainda que possa parecer presunçoso e arrogante, mas entendam-no apenas num sentido provocatório, uma coisa é certa, e não regateio nem admito questionar: tenho cérebro!

resta assinalar as extraordinárias presenças sonoras do arrebatador ‘darts of pleasure’ dos franz ferdinand (clicar aqui para ouvir) e do redentor ‘hallelujah’, de leonard cohen na voz de jeff buckley (clicar aqui para ouvir / versão original)

os edukadores / hans weingartner (2004)
sítio oficial

25 outubro 2005

um espectáculo assombroso



sentado na plateia do aveirense, aguardando o início do espectáculo.
as luzes apagam-se. alguns sons começam por ecoar no espaço.
imagens surgem projectadas na tela.
jogos de luzes são cuidadosamente manipulados.

os sons vão-se afirmando, desde suaves e quase imperceptíveis sons, como as ondas calmas do mar, até tresloucados arrepios em crescendo de acordes graves e alterações súbitas e misteriosas de registo, que preenchem por completo o vazio instalado num espaço em penumbra, ao ponto de fazer transbordar incrivelmente uma miríade de sensações verdadeiramente assombrosas.

um olhar atento na ficha técnica mostra que todos aqueles sons são interpretados apenas por um homem, ou melhor, por um homem e o seu acordeão, para ser mais exacto. mais, todos os sons e samples são originados ao vivo a partir da voz e do acordeão, não existindo lugar para a transmissão de registos previamente gravados.

kimmo pohjonen é o homem responsável por esta paleta extraordinária de sons, cujas pinceladas musicais revelam o seu raro génio para redefinir o género e recalibrar o paradigma vigente, tornando-o num arauto do século que há-de vir.

num artigo que se pode ler no seu site oficial, kimmo pohjonen é descrito como um “padre pagão que segue exorcizando os demónios do seu meio, libertando o seu instrumento de todo e qualquer lastro histórico. nas suas mãos, o acordeão não é um fole ofegante retirado da prateleira de vez em quando para reviver as gingas remanescentes do antigamente. nas suas mãos, o acordeão ganha vida com a promessa do amanhã e o som do futuro.”

dito de outra forma, não é um intérprete, cuja acção expectável seria a de interpretar e/ou reproduzir temas no seu estado mais primoroso… kimmo pohjonen é um criador

mas a inovação não se dá apenas nos sons que arranca do instrumento. o próprio espectáculo é também ele uma encenação verdadeiramente completa e minuciosamente trabalhada e sincronizada com um conjunto de equipamentos de ‘modelação do som’ e a sua própria voz, contando com a preciosa contribuição do ‘sound-light-multimedia design’, transformando a actuação num evento integrador e futurista.

o efeito do desconhecido, do que há-de vir, e que não se conhece, é transmitido pela sensação do espectador absorto num estado de ansiedade medonho, de assombro, fomentado pelo ambiente obscuro criado e cimentado pelos arrepios dos sons e pelos tremores e grunhidos vocais animalescos

simultânea e curiosamente, remete para um tempo anterior e distante, diria mitológico, medieval ou pagão, da encenação de exorcismo quase demoníaco que deixa qualquer um sem respirar

animator / kimmo pohjonen
site oficial
ver video.demo

24 outubro 2005

necessário, mas não suficiente

comecei por uma passagem rápida que se foi alongando no tempo à medida que avançava no texto.

por princípio, norma, defeito, ou feitio, não me costumo demorar em textos do género, ainda mais num característico português do outro lado do atlântico que, em boa verdade, quando leio não me soa muito bem. digamos que não é coisa que eu consiga digerir com facilidade…

mas esta ‘crônica’ do amor foi retendo a minha atenção, não tanto pelo seu texto em si, mas porque me foi remetendo para este texto que aqui deixei há alguns dias, e simultaneamente, para uma aparente ou nítida contradição com os versos de uma determinada música

se nesta ‘crônica’ se veicula a ideia de que não se ama alguém pelos seus referenciais (incluindo a música, ou podendo a música ser o referencial determinante), temos por outro lado o rui veloso e o carlos tê que dizem por aí, vai para 15 anos, que ‘não se ama alguém que não ouve a mesma canção’

afinar exclusivamente pel’a paixão (segundo nicolau da viola) é excessivamente redutor?

será importante, embora não determinante, não digo ouvir a mesma canção, mas ‘partilhar’ um punhado ou uma meia dúzia de canções?

por outro lado, partilhar esse punhado de canções será condição necessária ou não?

será condição necessária e suficiente, ou necessária mas não suficiente?

a paixão (segundo nicolau da viola) / rui veloso
(mingos & os samurais, 1990)
ouvir

23 outubro 2005

porto



porto
cm porto

porcelain girl

honey tea, smiling porcelain girl

21 outubro 2005

fix you

when you try your best but you don't succeed
when you get what you want but not what you need
when you feel so tired but you can't sleep
stuck in reverse

and the tears come streaming down your face
when you lose something you can't replace
when you love someone but it goes to waste
could it be worse?

lights will guide you home
and ignite your bones
and I will try to fix you

and high up above or down below
when you're too in love to let it go
but if you never try you'll never know
just what you're worth

lights will guide you home
And ignite your bones
I will try to fix you

tears stream down your face
when you lose something you cannot replace
tears stream down your face
and I..

tears stream down your face
I promise you I will learn from the mistakes
tears stream down your face
and I..

lights will guide you home
and ignite your bones
and I will try to fix you

fix you / coldplay (x&y, 2005)
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já o tenho



depeche mode
pavilhão atlântico
08 fevereiro 2006

20 outubro 2005

temos candidato!



cavaco silva apresentou definitivamente
a sua candidatura à presidência da república

'tenho' candidato,
e para a necessária clarificação e declaração de interesses,
informo desde já que 'estou em campanha'

'sou independente, mas não sou neutro'

site oficial da candidatura:
http://www.cavacosilva.pt/

19 outubro 2005

música para este momento

num pequeno e instantâneo concurso pessoal para determinar a(s) música(s) para 'este' momento. e as seleccionadas são:

silly love songs / red house painters (songs for a blue guitar, 1996)
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elvis / alpha (stargazing, 2003)
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butterfly / lenny kravitz (mamma said, 1991)
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would you like to be there? / norton (pictures from our thoughts, 2004)
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18 outubro 2005

estou além... na temporada de patos



um apartamento na grande cidade, a mãe que vai estar fora durante todo o dia, um adolescente que fica entregue a si próprio, o amigo que se junta a ele, os jogos de vídeo, a vizinha, o distribuidor de pizzas, e um estapafúrdio quadro. domingo… estes são os elementos básicos e simples com que se constrói o puzzle da trama deste filme

em mais um pasmaceiro e rotineiro domingo, num qualquer subúrbio de uma grande cidade, a mãe de flama (daniel miranda) sai e deixa a casa por sua conta. flama convida o seu amigo moko (diego cataño elizondo) a passar o dia com ele, no que esperavam que fosse um dia preenchido com jogos de consola, coca-cola e pizza. puro engano.

primeiro aparece rita (danny perea), a vizinha de flama e que ele não conhece, que pede para usar o forno para cozer um bolo, visto que é o dia do seu aniversário, ninguém em sua casa se lembrou de tal efeméride, e para mais têm o forno avariado

factor fulcral: corte de energia eléctrica

os dois rapazes resolvem então, em jeito de antecipação, encomendar a pizza, cronometrando o tempo de entrega da dita. ulises (enrique arreola), o distribuidor de pizzas, ultrapassa em 11 segundos o tempo de entrega publicitado pela empresa de pizzas, dando azo a que flama o moko se recusem a pagar. ulises literalmente ‘barrica-se’ no apartamento até que os jovens se decidam a pagar.

sem energia eléctrica os quatro personagens vêem-se forçados a uma convivência comum, sem nada para fazer, tendo que inventar coisas para fazer para vencer o tédio

a partir destes simples elementos fernando eimbcke elabora uma teia densificada de remissões às questões que se colocam no quotidiano das relações entre a juventude, a amizade, o despertar da sexualidade, o divórcio dos pais, o desfazer dos sonhos…

filmado num ritmo lento, domingueiro mesmo, pressente-se a angústia da passagem do tempo, num exercício, a preto e branco, de uma sobriedade soberba e encantadora, com um charme muito peculiar, mostrando que também se podem fazer filmes sobre a adolescência sem as costumeiras visões estereotipadas, alicerçado numa trama genérica simples, e simultaneamente condensada por um conjunto interno de pormenores absolutamente deliciosos (o jogo de futebol na consola para decidir se se paga a pizza ou não, o bolo que finalmente acaba por sair bem continha cannabis, etc.)

temporada de patos / fernando eimbcke, 2004
site oficial

17 outubro 2005

estou além... where the streets have no name

tenho pressa de sair
quero sentir ao chegar
vontade de partir
p'ra outro lugar

vou continuar a procurar
a minha forma
o meu lugar
porque até aqui eu só:
estou bem aonde eu não estou
porque eu só quero ir
aonde eu não vou

I want to run
I want to hide
I want to tear down the walls
that hold me inside
I want to reach out
and touch the flame
where the streets have no name

estou além / antónio variações (anjo da guarda, 1983)
ouvir

where the streets have no name / u2 (joshua tree, 1987)
ouvir

16 outubro 2005

porzellanmädchen...

...wo sie sind

15 outubro 2005

14 anos depois



algum dia havia de acontecer de novo,
para meu descontentamento

em todo o caso, neste campeonato muito particular vamos na frente:

nas antas / dragão
43 vitórias / 17 empates / 12 derrotas

no total de confrontos no campeonato
54 vitórias / 38 empates / 51 derrotas

14 outubro 2005

eu estou aqui

我在这里

the look

redescobrir o poder de um olhar

12 outubro 2005

7 notas a partir de 2 dedos de conversa

- i love music, i breathe music
- para mim é um caso de bidireccionalidade
- temos filósofo…


bidireccionalidade refere-se à caracterização de uma relação que é estabelecida em que a transferência ocorre simultaneamente nos dois sentidos entre dois elementos


usar a palavra bidireccionalidade garante ‘instantaneamente’ ao seu utilizador uma aura algo invulgar, merecendo o epíteto de ‘filósofo’ (mas atenção não descontextualizar nem sobrevalorizar seriamente o que foi dito de forma descontraída), isto é, bidireccionalidade não será uma palavra frequente, quem a usa sairá do comum. sobre este assunto, estudos recentes demonstram que o conjunto de palavras mais usadas no quotidiano é cada vez menor, ou dito de outra forma, cada vez um maior número de pessoas se exprime através de um menor número de palavras, isto é, o seu léxico é cada vez menor, e a sua consequente riqueza de expressão e diferenciação

mi
em jeito de exemplo colateral à nota anterior, e à guisa de curiosidade, deixo aqui dados relativos ao caso chinês, em que nos dicionários advindos das últimas dinastias foram ‘recenseados’ 9353 caracteres. pensa-se que um indivíduo formado provavelmente poderá reconhecer mais de 6000 caracteres. em 1952 definiu-se um patamar de literacia para os camponeses fixado no reconhecimento de 1500 caracteres, e de 2000 caracteres no caso de operários. no entanto, é referido que para ‘ler’ um jornal é necessário reconhecer cerca de 3000 caracteres


filósofo é entendido como alguém invulgar, um tipo ‘afastado da realidade’ que pensa umas coisas malucas que mais ninguém quer saber e não interessa ao comum dos mortais. etimologicamente, filosofia significa amor pela sabedoria, pois que filósofo será aquele que ama a sabedoria… no século xviii era sinónimo de livre pensador. entretanto e sem grandes parangonas, segundo um qualquer simples dicionário, filósofo é aquele que se aplica ao estudo dos princípios e causas e à reflexão racional consistente acerca de princípios gerais que tem o objectivo de obter um entendimento mais profundo das coisas

sol
sim, de facto estabeleço com a música uma relação bidireccional, na medida em que faço opções musicais em função do meu estado de espírito, e em que me deixo influenciar pela música alterando o meu estado de espírito a partir das sensações que uma determinada música me pode provocar. mas não é só nesta medida de simplicidade ou de reciprocidade eu-música. a mesma música pode em si encerrar e provocar diferentes excitações, exaltações, e/ou acalmia, serenidade, ‘degustação’, seja na própria música em si, seja a mesma música em momentos diferentes. por outro lado uma mesma música aparentemente activa pode resultar numa percepção mais passiva e viceversa


mas há a música pela melodia, pela voz, pela letra, pelo conjunto, pela sonoridade, pelo ritmo, pelo interprete, pelo momento, pelo significado em si ou atribuído, pelas remissões a outros, a acontecimentos, a momentos, a vivências, pela transmissão e comunicação de ideias, de sensações, de sentimentos, pela força catalizadora e geradora de pensamentos, pelo contributo para a intra, auto e inter expressão, e pela própria miríade de razões intangíveis e não passíveis de serem elencadas à exaustão

si
em sentido figurado, sendo o intérprete da minha própria personagem no filme da minha vida, em rodagem a todo o instante, é necessidade imperiosa a existência, a todo o instante, da envolvência musical constituindo a todo o momento a respectiva banda sonora

11 outubro 2005

china girl

when I look at my china girl
I stumble into town just like a sacred cow

china girl / david bowie (let's dance, 1983)
ouvir

10 outubro 2005

pós eleições

ele há fases em que decididamente vamos na torrente e na enxurrada dos acontecimentos, sem freios e sem tempos para reflectir, e as decisões são tomadas a cada momento que passa, sem que tenhamos a consciência de que a cada instante acabamos de tomar uma decisão, omitindo a completa existência de consequências dessas mesmas decisões.

não é que não seja sempre assim, em que somos levados pelos acontecimentos, e não os conduzamos nós próprios. mas aqui parece-me haver um grande equívoco, porquanto entendo que a margem de manobra na condução dos acontecimentos é mínima. por vezes, convencemo-nos de que teremos tal poder de dirigir o veículo da existência. vive-se no paradigma da modernidade e da tecnologia, onde está disseminado o entendimento de que o homem atingiu tal estado de evolução e conhecimento de que domina o seu destino, a natureza, e as suas manifestações nas mais variadas formas. não me parece que seja assim, aliás como se tem comprovado com inúmeros casos ocorridos neste ano (este e este, por exemplo). mas esse tema é para outras conversas.

serve este intróito para contextualizar o facto, ou os factos recentes, em que sem que algo o fizesse prever, me tenha envolvido numa candidatura aos órgãos autárquicos do concelho de espinho. não tive qualquer pejo em aceitar este desafio. para mais quando me é característica esta força intrínseca de um entendimento de uma postura aberta à participação nas suas mais variadas formas. mas também não se pense que abracei este desafio só porque sim. tratava-se de uma candidatura independente, ou talvez seja melhor dito, apartidária, onde procurei garantias de independência e de respeito pela individualidade e pela participação activa, que se vieram a verificar: tive oportunidade e espaço para expressar e defender as minhas ideias, mesmo que diferentes de outros membros das listas, contribui decisivamente para a construção dos princípios gerais programáticos da candidatura e para o programa eleitoral, participei em acções de campanha, e representei o movimento no único debate ocorrido com a presença de todas as forças candidatas à câmara municipal.

quando já tudo aconteceu: pré-campanha, campanha, votação, e quando já são conhecidos os resultados, tornava-se imperioso transmitir aqui alguma reflexão sobre o tempo decorrido, para além dos flashes telegráficos que aqui fui deixando. é nesse sentido que escrevo estas linhas.

muitas coisas poderia eu dizer sobre a participação numa (nesta) lista, sobre as eleições, sobre a campanha, sobre a percepção pública, etc. etc. mas não pretendo, neste espaço, ser exaustivo nessa elencagem.

existem, no entanto, elementos que de um modo genérico são representativos dos actuais tempos de vivência sócio-política e do estado de desenvolvimento da cidadania em portugal.

esta experiência mostrou, pelo menos neste caso específico, que a abertura para movimentos apartidários é mínima, numa vida política arregimentada pelos partidos que não abrem espaço à verdadeira discussão dos temas que interessam às comunidade, antes colocando as eleições num patamar competitivo do género desportivo ou clubístico, em que não importam necessariamente as ideias, mas o ‘clube partidário’. em boa verdade, não foi uma grande surpresa, foi mais a constatação verídica da sua existência, e em boa medida a verificação de uma incapacidade de mudança.

fala-se amiúde do modo como se conduzem as campanhas políticas em portugal. sempre tive o entendimento de que as principais forças políticas e as suas figuras mais destacadas tinham e têm o dever de levar a cabo campanhas positivas. após esta experiência, vi-me obrigado a perspectivar as campanhas eleitorais de um outro ponto de vista: não é possível, em portugal, e nesta conjuntura, conduzir campanhas eleitorais, ditas ‘elevadas e decentes’: a população (está bem, pronto: uma grande fatia da população) pura e simplesmente não quer discutir nada, quer é festança e arruaça! também aqui, não revelo toda a minha ingenuidade, pois quanto a este aspecto, como costumo dizer: o ‘povo’ tem aquilo que merece e que escolhe!

daí que não seja nada apologista, e talvez fundamentalista nessa luta contra a ideia disseminada no português comum que culpa e/ou responsabiliza os políticos e todos os dirigentes da nação, ou até mesmo da colectividade mais insignificante, por todos os males e mais algum, sem que esses mesmos indivíduos mexam uma palha que seja para alterar a situação! mas adiante que o texto já vai longo.

só para exemplificar, acho extremamente inacreditável como indivíduos literalmente guerreiam pela ‘oferta’ de uma banal esferográfica, isqueiro, boné ou t-shirt. já nesse nível acho um pouco exagerado, mas dá mesmo a sensação de que necessitam impreterivelmente da ‘oferta’ de tais objectos, parecendo que as suas vidas dependem decisivamente desse facto. só visto! (depois admirem-se que nos estamos a afastar da europa, que os países do leste nos estão a ultrapassar, que ganham pouco, etc etc… admirem-se, admirem-se…)

há também o reconhecimento e a verificação da existência de múltiplas e mais variadas razões e combinações de razões que levam os indivíduos a produzirem as suas opções no que respeita ao sentido do voto, desde as mais mesquinhas, às mais documentadas e sustentadas com base na racionalidade das opções políticas em jogo. não que seja nada de novo. cada indivíduo encerra em si uma escolha e uma multiplicidade de elementos concorrentes para essa mesma escolha, diferenciados aos demais indivíduos. haverá sempre razões mais ou menos genéricas e comuns ou transversais. mas na verdade, dá vontade de rir quando se ouvem os comentadores políticos do alto das suas poltronas, ou até mesmo os senhores eleitos, ou os não eleitos, a analisarem os resultados finais como se de um bolo único aqueles votos tivessem resultado e que signifiquem que todos os que conduziram a um determinado quantitativo eleitoral expressaram a mesma razão ou leitura que fazem com esses valores.

bem, escrevo, escrevo, escrevo, mas ainda não disse nada quanto aos resultados. perdoem-me a sinceridade, mas como se verifica pela quantidade de votantes no movimento força espinho, os resultados foram algo decepcionantes. sim, sem dúvida que há uma série de atenuantes, e razões mais ou menos objectivas que terão contribuído para que a fasquia não pudesse ser muito elevada. ainda assim, foi decepcionante. tenho no entanto que salvaguardar e contextualizar a minha posição e a minha esperança anterior à votação sobre o resultado que entendia ser possível. esperava um resultado assombroso? não esperava. esperava ser eleito? não esperava? então? entendia que fosse possível eleger um elemento para a assembleia municipal e até dois elementos para a assembleia de freguesia de silvalde. e para a câmara municipal? não, de todo.

os resultados? ditaram apenas a eleição de um representante na assembleia de freguesia de silvalde, num cenário em que o vencedor obteve maioria absoluta.

em todo o caso, caracterizo esta como uma experiência enriquecedora, pedagógica e de grande aprendizagem. ressalvo também a postura global que a candidatura assumiu, conduzindo uma campanha séria e dedicada. saliento a importância da capacidade de apresentar e divulgar um programa eleitoral amplo, construído de base, e com propostas valiosas.

fechando o círculo, voltando ao intróito, os acontecimentos podem ocorrer a um ritmo demasiado rápido, como que escapando ao controlo, no sentido de parecer que não se tem rédeas no caminho a seguir. julgo que nesse particular, é importante é a cada momento saber onde se está, ou talvez mais importante ainda, não se saber para onde se vai, mas saber para onde não se deve ir:

não sei por onde vou,
não sei para onde vou
sei que não vou por aí!
josé régio

resultados eleitoriais - concelho de espinho

câmara municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
9208 - 44,92% - 4 - ps
7784 - 37,97% - 3 - psd/cds-pp
1460 - 07,12% - 0 - cdu
0590 - 02,88% - 0 - be
0463 - 02,26% - 0 - fe

assembleia municipal
votos - percentagem - eleitos - partido
8183 - 39,92 - 9 - ps
7712 - 37,62 - 9 - psd/cds-pp
1850 - 09,02 - 2 - cdu
0937 - 04,57 - 1 - be
0663 - 03,23 - 0 - fe

assembleia de freguesia de silvalde
votos - percentagem - eleitos - partido
1978 - 45,81 - 7 - ps
1325 - 30,69 - 4 - psd/cds-pp
0423 - 09,80 - 1 - cdu
0411 - 09,52 - 1 - fe

resultados eleitorais mesa 9 - espinho

câmara municipal
287 psd/cds-pp
208 ps
043 cdu
029 be
010 fe

assembleia municipal
277 psd/cds-pp
166 ps
060 be
054 cdu
018 fe

09 outubro 2005

dia de eleições

delegado da força espinho à secção de voto n.º 9 da freguesia de espinho

08 outubro 2005

the look

redescobrir o poder de um olhar

07 outubro 2005

agenda de campanha (14)

caravana de encerramento da campanha eleitoral pelas ruas do concelho

agenda de campanha (13)

acções de rua:
vários pontos do concelho

06 outubro 2005

entrevista ao jornal defesa de espinho

transcrição da entrevista concedida ao jornal defesa de espinho, e publicada na sua edição de 6 de outubro de 2005.

tito miguel pereira e a (sua) 'força espinho'

'uma nova forma de estar e de fazer política no concelho'

tito miguel pereira concorre à assembleia municipal no segundo lugar da lista da 'força espinho' (fe). nas linhas que se seguem revela as opiniões e posições em nome próprio e do movimento independente que abraçou, assinalando a destrinça em relação aos demais concorrentes autárquicos

como surgiu esta sua candidatura à assembleia municipal, nas listas do movimento independente força espinho?
surgiu através do convite que me foi endereçado pelo dr. Correia de araújo e pela maria goreti, os grandes dinamizadores e impulsionadores da força espinho.

e porque resolveu aceitar?
entendi aceitar, desde logo, por se tratar de um movimento independente, constituído por um conjunto de cidadãos que se propõem trabalhar em conjunto em prol do concelho de espinho, sem estarem presos aos ditames e aos directórios das estruturas partidários, que muitas vezes colocam o interesse particular do partido à frente dos interesses, que devem ser soberanos, do desenvolvimento de Espinho. por outro lado, porque acredito na cidadania participativa, e desse ponto de vista, é-me dada a oportunidade de participar e de contribuir, de forma independente e activa, nos desafios que se colocam ao concelho.

no entanto é novo nestas andanças?
se se refere à questão da participação na vida política ‘formal’ se assim se pode dizer, é um facto. Se se entender a participação e a vida política de uma forma mais ampla, então pode-se dizer que tenho tido já algumas experiências, nomeadamente no domínio do associativismo, para além de um acompanhamento relativamente atento da cena política do concelho, onde tenho assistido a várias sessões da assembleia municipal, onde, inclusive, intervim recentemente no período do público, numa acção a favor do prolongamento do enterramento da linha férrea, no âmbito da participação no movimento pró-enterramento da linha férrea na marinha de silvalde (mopelim).

é uma questão que saltou recentemente para a agenda do combate político…
sim, sem dúvida. surgiu porque as pessoas e os habitantes só agora, com o decorrer das obras é que começaram a perceber os verdadeiros efeitos e impactos da mesma, e revoltaram-se com a situação. e dada a proximidade de eleições é natural que algumas forças tenham querido tirar proveitos políticos de forma indecorosa, porquanto até então nada tinham feito, defendendo até o actual projecto. mas a minha posição não vem de agora, apenas com o revolver das águas. já no início de todo o processo, ainda em 1999, tive oportunidade de intervir na assembleia municipal e de chamar a atenção para a necessidade da área da marinha ser considerada nesta intervenção por forma a que aquilo que seria a resolução de um problema e de um transtorno num troço da cidade, não se transformasse num problema e em transtornos acrescidos para outras partes da cidade. também referi a necessidade de se pensar em formas de informação e envolvimento efectivo da população, mas tal não veio a acontecer. o processo, como se sabe, tem vindo a ser mal conduzido, sem que a população alguma vez tivesse sido informada e questionada sobre o assunto. daí toda esta situação.

porque defende o prolongamento?
antes de discutir o prolongamento, há uma questão prévia que é a do debate sobre a oportunidade do enterramento da linha. se haveria ou não lugar para esta obra! estando ultrapassada essa fase, e fazendo-se o enterramento da linha, então defendo que tal não se deve fazer à custa da criação de problemas e de transtornos acrescidos a outras partes da cidade. mas não só por isso. defendo o prolongamento do enterramento da linha, entendido no quadro de uma intervenção mais abrangente e ambiciosa, numa perspectiva de longo prazo, e não vista apenas na execução de uma obra solta, com o objectivo de se fazer e de mostrar obra. esta obra que se vê, não é a obra que espinho precisa.

qual é essa sua proposta?
a minha proposta vai no sentido de uma intervenção qualificadora, que para além da intervenção no espaço libertado à superfície, permitindo futuramente a sua fruição segura e descontraída, se possa constituir como uma âncora de atracção de visitantes e de actividades de recreio e de lazer, e servir de palco às mais variadas manifestações de índole artístico, cultural, social e político. mas mais do que isto é a oportunidade única, que pelos vistos se vai perder, de contribuir para a unificação e coesão interna da cidade, e da consolidação de uma nova centralidade urbana em torno do fórum de arte e cultura de espinho (face), da criação de um centro intermodal de transportes, e da criação de um grande espaço público de praça, possibilitando também o desenvolvimento urbano qualificado da cidade para sul.

mas as obras estão aí, e parece difícil voltar atrás…
é verdade. mas não se pode ver isso como uma luta perdida. tem-se de trabalhar quotidiana e arduamente na sensibilização dos agentes políticos e dos demais cidadãos espinhenses para estas questões. o problema que se coloca é que as intervenções e as acções são pensadas para o curto prazo, para o calendário eleitoral, e é preciso mostrar obra. ora, intervenções como a que se propõe, pressupõem uma visão mais alargada, entendida no longo prazo.

e a força espinho tem esse entendimento?
os elementos que integram a força espinho acreditam nesse entendimento. E quem já contactou com o nosso programa eleitoral certamente que também o confirmará. já agora, e não querendo julgar em causa própria, aproveito a oportunidade para referir a extraordinária capacidade e coragem que a força espinho demonstrou, enquanto movimento independente recém formado, e sem o apoio das máquinas partidárias, ao lançar um programa tão amplo, profundo e completo como este, em tão pouco tempo, com contributos de vários apoiantes e simpatizantes, para além dos elementos que a constituem. este é de facto o espírito da força espinho, marcado por uma atitude de participação efectiva. e respondendo à questão, o programa deixa logo bem claro no título o que se pretende: espinho, rumo a 2025, cuja base de entendimento assenta precisamente na construção de uma estratégia de desenvolvimento do concelho de espinho, através do envolvimento e participação dos espinhenses.

dito dessa forma parece que não têm estratégia?
o que dizemos é que o futuro de espinho é uma responsabilidade partilhada, entre autarcas e munícipes, e que a estratégia vai ser construída com a contribuição de todos. mas não se pense que a força espinho não tem estratégia para o concelho! enquanto movimento político, reflectimos sobre o futuro de espinho, e temos os nossos próprios contributos. é nesse sentido que defendemos como objectivos globais a afirmação de espinho no contexto regional, constituir-se como concelho de excelência para as actividades humanas, assumir-se como “cidade das cidades” (da cultura, do desporto, da formação, do ambiente, da inclusão, da inovação), projectar-se como destino turístico multifacetado e qualificado, e constituir-se como município referência em boas práticas de planeamento, urbanismo e da qualidade de vida. agora pretendemos é que tais objectivos globais sejam conseguidos com o envolvimento da população de espinho, porque cabe aos espinhenses assumir decisivamente o seu futuro.

que matérias versam o programa eleitoral da força espinho?
como dizia há pouco, o programa apresenta-se bastante composto, e é difícil de enumerar, ou de destacar uma ou outra acção em particular. mas a verdade é que nos debruçamos em vários sectores julgados essenciais. desde logo a educação e a formação, aliadas à cultura, ao desporto e à juventude; o ambiente e os recursos naturais, conjugados com o planeamento e ordenamento do território, prestando óbvias atenções também às questões da habitação e da acessibilidade e mobilidade; da saúde e da acção social; e às actividades sócio-económicas, com especial relevo para as questões do turismo e do lazer; e também a administração autárquica e o envolvimento cívico.

em que é que a força espinho se distingue das demais candidaturas?
bem, pelo que se foi dizendo ao longo desta conversa, e sem pretensiosismos, eu diria que em muito do que foi explanado. mas há na verdade, uma característica intrínseca diferenciadora que é o facto de esta ser uma força constituída e construída com base na participação voluntária dos seus elementos, que congregam e partilham uma nova forma de estar e de fazer política no concelho de espinho. a espinha dorsal desta candidatura baseia-se efectivamente num conjunto de valores formados por preocupações de coesão e solidariedade, pelo princípio da sustentabilidade, transversabilidade e integração das políticas, por objectivos de coerência e de competitividade e, por último mas talvez mais importante que tudo, no envolvimento e na participação dos espinhenses. se preferir, tudo se resume a uma preocupação unificadora que são as pessoas. em resumo, a grande preocupação são as pessoas, porquanto são elas as destinatárias das políticas e das acções. de um ponto de vista emotivo, se quiser, trata-se da afirmação concreta de uma nova atitude, debaixo de um mesmo denominador comum que nos une a todos e que é o amor por espinho!

o que tem a dizer aos espinhenses sobre o dia 9 de outubro?
digo para os espinhenses unirem as suas forças em torno das nossas forças, para que espinho seja uma grande força. Contamos com a força de todos os espinhenses. E todos os espinhenses podem contar com a nossa força.

agenda de campanha (12)

acções de rua:
vários pontos do concelho

05 outubro 2005

músicas na campanha

mais um conjunto de músicas que acompanham a campanha

pois é / clã (lusoqualquercoisa, 1996)
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daisy / ez special (in n' out, 2003)
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mais vale nunca / gnr (sob escuta, 1994)
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what a wonderful world / louis armstrong (what a wonderful world, 1968)
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música / a naifa (canções subterrâneas, 2004)
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politik / coldplay (a rush of blood to the head, 2002)
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agenda de campanha (11)

acções de rua:
vários pontos do concelho

02 outubro 2005

sc espinho x d. sandinenses



sc espinho 2 : 0 dragões sandinenses

agenda de campanha (10)

acções de rua:

bairro piscatório
silvalde - espinho

01 outubro 2005

agenda de campanha (9)

acções de rua:

centro de espinho e mercado municipal
espinho - espinho

marinha de silvalde
silvalde - espinho

escapelada do rancho folclórico recordar é viver
paramos - espinho