corpus sanum in mente sana (23)

brlurp brlurp
exercício 17
nova tentativa colectiva de aproximação ao pólo ;D

pinhel

castelo de pinhel
cm pinhel

a estranha voz que arrebata grandes paixões

depois da sua efectiva revelação mediática através do segundo álbum, o arrebatador i'm a bird now (um dos mais sérios candidatos a disco do ano), o nome antony and the johnsons surgia como um dos mais apetecidos serões de música ao vivo da temporada.

uma voz de sonho, de puro assombro emotivo, teatral como a sua própria postura em palco, herdeira de paixões por otis redding e nina simone, faz de antony um dos mais cativantes autores e intérpretes dados a conhecer nos últimos tempos.

e mereceu toda a atenção, concentração e disponibilidade neste concerto magnífico na casa da música, no porto, onde foi arrebatador e arrebatado com os seus vários retornos ao palco para um, outro e mais encores.

este calor quebrou-lhe um pouco a timidez e dialogou com o público como não o tinha feito ao longo do concerto, acabando por confessar que adorava a cidade e a vista sobre o rio, e que gostaria imenso de ter ali morada.

o público completamente conquistado desde o primeiro minuto até ao último, conquistou também antony, numa retribuição mútua. fantástico.

imagem do álbum 'i'm a bird now'

ainda há justiça no futebol

num ano de todo atípico, futebolisticamente falando, eis que a época termina com alguma justiça desportiva. era prémio a mais para uma equipa como o benfica ficar com os troféus das duas competições nacionais mais importantes. e o vencedor da taça de portugal 2005, diga-se, foi um justo vencedor, que para além de ter chegado a esta final, e a ter vencido por mérito próprio, viu dessa forma premiado todo um esforço de uma época em que foi uma das poucas equipas a praticar um bom futebol…

parabéns vitória de setúbal

ps: também não posso deixar de registar que, como portista, soube bem este resultado: então não é que esses tipos foram campeões sem saberem como e de um momento para o outro já estavam no topo do mundo? espero que se tenham colocado no devido lugar e abraçado a humildade… a próxima época é já a seguir…

anjos na américa

angels in america / anjos na américa (2004) é uma mini-série televisiva, produzida pelo canal hbo (responsável por algumas das mais estimulantes propostas televisivas dos últimos tempos: os sopranos, o sexo e a cidade, sete palmos de terra)

anjos na américa é uma poderosa adaptação da aclamada peça de tony kushner, com o mesmo nome, publicada em 1993 (um sucesso na broadway e vencedora do prémio pulitzer), quando a sida estava a atingir níveis de epidemia e a ultrapassar a sua conotação sexual específica, e que capta de forma notável um momento sócio-político único: os estados unidos dos anos 80, a era de ronald reagan, e a época em que a comunidade gay norte-americana começava a ser dizimada por uma nova e fatal doença, sexualmente transmissível… e ainda sobre os mormons, a hipocrisia, o amor, a traição, a família, a vida…

a série conta com a direcção de mike nichols, que ‘conseguiu captar a grandeza, a poesia, a extravagância e o humor da peça de kuchner, dando-lhe uma dimensão essencial de melodrama, perfeita para o écran, não lhe retirando o estatuto de grande teatro’ e tem ainda uma invulgar ficha artística: nada mais nada menos que merryl streep, al pacino, e emma thompson.

na última edição dos globos de ouro, esta produção conseguiu a proeza de colocar praticamente todo o seu elenco nas nomeações: al pacino, meryl streep, ben shenkman, patrick wilson, jeffrey wright e mary-louise parker, e venceu 5 prémios: melhor mini-série, melhor actor, melhor actriz, melhor actor secundário e melhor actriz secundária.

conta ainda com as interpretações de justin kirk, michael gambon, james cromwell e simon callow, entre outros.

‘se houvesse ainda força para atribuir à palavra espantoso’, diz o washington post, ‘podia descrever-se ‘angels in america’, uma peça provocadora, estimulante e de tirar a respiração’.

a newsweek descreve a peça como ‘brilhante, hilariante, profundamente comovente... melhor do que tudo o que está no ar’.

uma experiência transcendente, digo eu… e a música de thomas newman também é parte contribuinte

anjos na américa (dvd)
hbo films / warner home video

pesquisa: cinema 2000

finalmente darth vader

o tão ansiosamente aguardado último episódio da guerra de estrelas, o terceiro da nova geração, das recentes prequelas produzidas, e que vem trazer luz à primeira série que fez furor e revolucionou o cinema no final dos anos ’70 e nos anos ’80, tendo-se tornado então numa série cinematográfica de culto, integrando o imaginário colectivo de toda uma geração

daí também toda a expectativa que se foi formando em torno dos ‘novos’ episódios, que com o desenvolvimento da técnica cinematográfica lhes permitia a exploração de novas possibilidades. as duas primeiras prequelas (‘a ameaça fantasma’ e ‘o ataque dos clones’), contudo, desanimaram os mais acérrimos seguidores, através de uma concentração dos efeitos especiais e num distanciamento relativamente à trama, à história, aos diálogos, às personagens, etc.

ainda que tal tenha acontecido, a verdade é que era impossível ver até onde iria lucas na reconstrução de todo este imaginário intergaláctico. até porque este último episódio, a vingança dos sith, encerrava a segunda trilogia, e preenchia o lapso histórico entre a primeira série de filmes e esta nova. mais do que tudo isso, este episódio trazia consigo a revelação que todos andavam à procura, como se do mistério da vida, ou o do segredo da eterna juventude se tratasse: como anakin skywalker se transformou em darth vader.

e por tudo isto, o episódio iii, na verdade o sexto a ser produzido, vinha recheado de pontos de interesse, e nesse sentido não desencantou: este é o filme em que o mal leva a melhor (brian de palma terá dito numa entrevista que o mal dá muito melhores filmes do que o bem), em que o drama foi adensado, em que os efeitos especiais são expoente, mas simultaneamente discretos ao serviço da história e da acção, onde se dá o reforço mítico da série… fechando com chave de ouro a maior epopeia de ficção científica jamais realizada.

num outro registo, george lucas, à entrada para a estreia mundial deste último episódio, no festival de cannes, colocava a adesão às duas trilogias como que uma espécie de conflito de gerações: as gerações mais velhas mais apologistas dos três primeiros filmes, e as gerações mais novas mais fãs dos últimos três episódios.

para mim, pessoalmente, este é um aspecto de difícil resolução, o primeiro filme originalmente designado de ‘the star wars: adventures of the starkiller’, e depois rebaptizado ‘a new hope’, data de 1977 (precisamente o ano em que também eu vim para este mundo), o segundo episódio ‘star wars: the empire strikes back’ saiu em 1980, contava eu apenas 2/3 anos, e o terceiro da primeira série ‘star wars: return of the jedi’ em 1983, quando eu andaria pelos 5/6 anos… pelo que visionei a trilogia já fora do seu tempo, uma série de anos depois, julgo que até já nos anos ’90.

do que me fica, depois de visionar esta segunda trilogia: ‘star wars: the phantom menace’ (1999), ‘star wars: attack of the clones’(2002) e ‘star wars: revenge of the sith’ (2005), é uma sensação de nítida preferência pelos primeiros episódios, ainda que hoje aparentem algum amadorismo e uma ingenuidade cativantes, que no fundo lhes dão o brilho superior a esta nova série, muito mais mecânica e fria.

star wars : site oficial

pelo mundo da música (7)

ella fitzgerald
bd jazz
(coleccionável dn)

um brinde

com os cumprimentos da associação de antigos alunos da universidade de aveiro, de que sou membro há já algum tempo (e agora ainda mais membro), e colaborador com contribuições e tarefas a fazer cumprir 'os serviços mínimos'

a aaaua teve a gentileza de nos proporcionar um brinde gratificante

pelo gesto e por tudo o mais, um bem hajam

um grande passo em frente

a ocasião, na prática, não acrescentava nada: já estava concluída uma grande etapa neste também ele grandioso percurso de existência e vivência. era só mais uma questão formal, um evento, uma cerimónia... uma festa.

ao fim e ao cabo, uma dupla razão de festejar: a comemoração individual de cada um que por lá passou e que completou aquele desafio, e a comemoração colectiva e institucional pelo regozijo do cumprimento do seu papel

para todos os efeitos, já tinha chegado ao último parágrafo, mas faltava o encerrar definitivo do capítulo

e é uma alegria imensa por ter vencido este desafio…

novos desafios estão já a decorrer, e muitos outros ainda virão, e a energia para os superar está em aí e em crescendo…

pelo mundo da música (6)

gorillaz
demon days (2005)

vincent gallo
buffalo 66 st (1998)

corpus sanum in mente sana (22)

brlurp brlurp
exercício 16
tentativa colectiva de aproximação ao pólo ;D

novo look

já o tenho

antony & the johnsons
casa da música

monção

paço do alvarinho
cm monção

abertura da época alta

nada como um saboroso feriado para dar ínicio à época alta das tardes de ócio e inércia, com movimentos descontraídos e dispersos apenas para levar o copo de cerveja bem fresca até aos lábios, sentados numa esplanada mesmo em frente ao mar, com o horizonte como pano de fundo e o barulho das ondas como banda sonora

a fazer lembrar as fantásticas e saudosas tardes de sexta feira do tempo de estudante no autocarro bar

sfr

pelo mundo da música (5)

patrick wolf
wind in the wires (2005)

corpus sanum in mente sana (21)

ufa ufa
exercício 6

pelo mundo da música (4)

lydia lunch
queen of siam (1979)

corpus sanum in mente sana (20)

brlurp brlurp
exercício 15

pelo mundo da música (3)

aimee mann
the forgotten arm (2005)

desperate housewives

e aí está a tão aguardada série televisiva que faz furor nos estados unidos, com direito a citação da primeira dama laura bush num episódio recambulesco...

wisteria lane, o subúrbio onde se desenrola a acção, merece bem ser conhecido ao ínfimo pormenor, perscrutando os íntimos detalhes dos seus habitantes e os seus mais escondidos segredos.

as interpretações, a construção das cenas, o enredo, os diálogos, a dinâmica da acção, as mensagens explícitas e as implícitas, fazem desta série televisiva um caso sério.

absolutamente a não perder...

desperate housewives : site oficial

feliz aniversário

...também já acordei um dia sozinho
e no entanto lembrei-me de ti.

os meus sentidos pêsames
que pena não viveres mais aqui

...aceita as
condolências deixa-te morrer. não fazes falta aqui.
quando te fores haverá sempre elogios. e alguém
que se riu de ti. onde eu já vivi.

sentidos pêsames / gnr (os homens não se querem bonitos, 1985)
clicar aqui para ouvir

pelo mundo da música (2)

antony & the johnsons
antony & the johnsons (1998)
for today i am a boy (2004)

gorillaz
gorillaz (2001)

perry blake
california (2002)
songs for someone (2004)

jack johnson
in between dreams (2005)

os deuses devem estar loucos

sp. de espinho e beira-mar descem de divisão, fc porto não ganha nada e benfica campeão!

chamem-lhe o que lhe quiserem, teoria da conspiração, cabala, etc, mas este ano está a ser por demais com manifestações provocatórias e atentatórias, em termos desportivos (noutros também mas não cabem aqui), se não atentem no seguinte:

em futebol, este ano foi repleto de desilusões relativamente aos clubes de quem sou adepto, nomeadamente o sp. de espinho que desceu de divisão da liga de honra para a 2.ª divisão b, o beira-mar que desceu da superliga para a liga de honra, e o clube por quem torço de forma indefectível, o fc porto, que não ganhou nada neste ano de 2005, e acabou a época num jogo que espelha todo o ano desportivo.

a acrescentar a isto tudo, o campeão é o benfica.

confirma-se mesmo que os deuses devem estar loucos

[imagem: posteres do filme ‘os deuses devem estar loucos’ (1980)]

em maré de descobertas musicais

anthony & the johnsons, patrick wolf e lydia lunch

corpus sanum in mente sana (19)

ufa ufa
exercício 5
já encontrei o programa padrão:
12 em corrida e 3 a caminhar
e outros pequenos exercícios

pelo mundo da música (1)

ray charles
in the beginning 1949-1952
live 1961

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 14

corpus sanum in mente sana

ufa ufa
exercício 4
e já vão 12 em corrida e 2 a caminhar...
a coisa vai vai vai

computador de volta...

finalmente aí está ele de volta. viva!

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 13
uou chegou a vez da piscina grande

uma viagem pelo imaginário tresloucado

os fat freddy são uma banda onde a criatividade, a maluqueira, e uma energia extraordinária são características bem presentes, quer na música propriamente dita, quer na sua actuação ao vivo.

com um cd editado, fanfarras de ópio, pode-se dizer que esta fanfarra toca rock’n’roll, inspira-se nos filmes série b e nos cartoons… é constituída por uma ‘amálgama de sons roubados, reinventados, reformulados e apimentados’. afloram áreas muito díspares, desde o rock, o funk, o disco, o rockabilly, o punk, o jazz ou o electrónico.

viajam por universos tão distintos como as valsas ou as polcas do leste europeu e o rock’ a’ billy americano, pelos imaginários de kusturica e stanley kubrick, da bd dos anos 60 e das séries de televisão… cada música tem retalhos cinematográficos: é a ficção científica «pré-histórica», os filmes de terror série z, os filmes de filiação fantástica, os monstros de plástico, os robôs, o batman e o robin... cujo exemplo mais flagrante é a recriação do batman theme [clicar para ouvir], um original de neil hefti

a actuação ao vivo conta ainda com uma série efeitos especiais e ‘uma galáxia de imagens’

o resultado é um conjunto ecléctico que mistura de experiências e de influências que trabalhados se tornam num produto final de criatividade única e muito própria num conjunto coerente, assumindo-se como um projecto musical muito interessante e a seguir com atenção.

isto anda tudo ligado (2)

ora nem de propósito!

ao almoço falava-se de pequenas intervenções ao nível da selecção das espécies, variedades, aplicações da biologia, aplicações na produção e efeitos gerais e globais. pela noite discute-se precisamente essa temática aplicada ao caso da ‘microbiologia: da science à caras’ numa palestra pelo prof. antónio correia (da universidade de aveiro), inserida no ciclo de conferências abertas biologia na noite, edição de 2005.

a palestra seguia uma linha de exemplos de aplicações de estudos e investigações no campo da microbiologia, passando pelas fases do reconhecimento científico até à sua utilização comum, fazendo referência explícita ao caso do desenvolvimento do botox (aplicado à cosmética).

isto anda tudo ligado (1)

os meus afazeres profissionais são constituídos por algumas preciosas deslocações, vá para fora cá dentro (em serviço), e levaram-me mais uma vez a nelas: reunião de manhã, seguida de… almoço… e como dizem por aí, é à volta da mesa que as coisas se tornam interessantes… assim o é ainda mais quando se está perante uma boa gastronomia regada por bom vinho, da região, como é claro…

à volta da mesa, representantes e técnicos locais, técnicos de vários sectores de actividade da administração e nós… muitas coisas em cima da mesa, muitos assuntos aflorados, e uma questão que tomou muito do tempo de conversa, e que tem muito que ver com as dinâmicas da contemporaneidade, com a cidadania, e o confronto local / global!

vivemos num tempo em que decisões num ponto do globo podem afectar sobremaneira o contexto de outros pontos bastantes díspares desse, em que pequenas revoluções tecnológicas ou inovações científicas também podem assumir tais consequências, e que vão acontecendo hoje em dia de uma forma estonteante e que nem se dá por elas.

há por vezes alterações significativas nas dinâmicas de desenvolvimento de determinadas áreas / regiões, entendidas por demasiado complexas, ou analisadas em contexto estrito, e acontece que pelos dias que correm as origens dessas modificações são bastante simples de identificar, e encontram-se a milhares de quilómetros de distância. sem querer ser exaustivo, até porque nesta escrita ligeira não há espaço para essa análise, deixo aqui apenas um exemplo dos novos tempos, e do reposicionamento do indivíduo…

recorrendo às leis de mendel, os japoneses do tohoku research station, em morioka foram desenvolvendo a partir de 1939 uma nova variedade de maça, denominada fuji, tendo começado a sua produção em 1958, e mais recentemente recorrendo às novas possibilidades permitidas pela biotecnologia, conseguiram atingir um produto que é caracterizado desta forma: ‘aromáticas, doces, sumarentas, estaladiças e de textura firme, com a aparência a variar entre o amarelo-verde intermitente com vermelho até quase totalmente vermelha’ [ver descrição no site washington state apple comission ou no fruit from washington), inundando vários mercados com este seu produto resistente e de aparência irresistível, a preços imbatíveis…

como em muitos outros sectores, coloca-se a questão do preço da produção, em que países como a china, que também começaram a produzir esta nova variedade de maça, conseguem preços baixíssimos que chegando até nós, por vezes permitem um preço de venda ao público inferior ao preço no produtor. quem diz, maças, diz sapatos, camisas, etc.

para abreviar, há uma luta de opção entre produção nacional / produção exterior, preço barato, menos barato ou caro. não consumir produtos nacionais é inferiorizar o tecido produtivo nacional e condicionar a criação de riqueza, fornecendo a outros os rendimentos que poderiam permanecer em território português e contribuir para o desenvolvimento do país (as discussões em torno da globalização, da organização mundial do comércio, do proteccionismo e/ou da sua abolição aos produtos nas fronteiras, está tudo em debate). e também em debate os custos ambientais, referindo-me por exemplo aos custos da denominada pegada ecológica.

acontece que com estas transformações, o indivíduo deixou de ser apenas um cidadão, e transformou-se num cidadão-consumidor. as escolhas não são mais apenas efectuadas periodicamente através do voto nas urnas, mas dão-se a cada instante, a cada nova aquisição. o acto de optar por um ou outro produto é o novo voto e o novo meio de expressão de vontades (políticas, sociais, económicas, culturais).

parece é que esta nova forma de expressão de vontades, este ‘novo voto’ é de alguma forma muito diferenciada e potenciadora de desigualdades, porquanto indivíduos de maiores rendimentos têm possibilidade de opção, indivíduos mais desfavorecidos não têm essa possibilidade, sendo o único critério de escolha o do preço mais baixo, ou seja, não têm possibilidade de escolha, não têm voto.

adoravelmente ridículo

mas ainda bem que hoje se dispõe de um conjunto enorme de possibilidades e variedades de escolha… o zapping sempre dura uns minutos em vez de uns míseros segundos… mas nestes sobes e desces nos botões do comando sempre se vão descobrindo alguns exemplares raros como este filme que apanhei no tcm: brewster mccloud

brewster mccloud, ou brewster mccloud's (sexy) flying machine como também é denominado, é um filme surpreendente oriundo da filmografia de robert altman, realizado em 1970/71, imediatamente após as filmagens do grande hit m.a.s.h. (1970) [que depois originou um série de tv que o canal fox repôs recentemente, sendo o talentoso músico sueco de seu nome jay-jay johanson um dos seus fãs incondicionais ao ponto de ter produzido uma versão/cover do tema ‘suicide is painless’]

o filme roda em torno de um rapaz que passa o seu tempo a treinar para voar como um pássaro. brewster mccloud (bud cort) vive no astrodome de houston, onde passa os dias a construir uma geringonça que seja capaz de fazer voar e a preparar-se fisicamente sob a orientação de louise (sally kellerman), o seu anjo da guarda misterioso. quando um assassino em série começa a actuar em houston, o famoso detective de san francisco, shaft (michael murphy) é chamado para investigar o(s) caso(s). brewster desenvolve um relacionamento com uma guia de turismo do astrodome, suzanne (shelley duvall), deixando louise incomodada, de tão convencida que está de que qualquer relação real de brewster com outro ser humano conduzirá o seu sonho à ruína, impedindo-o de alcançar o seu tão almejado verdadeiro estado de pássaro. com o desenrolar da investigação vai surgindo a ideia de que brewster não será tão inocente quanto parece, atingindo o seu ponto extremo quando finalmente põe à prova as suas capacidades de voar.

o ‘passo rápido’ de altman e as piadas frescas do argumento tornam o filme numa série de acontecimentos que captam a atenção e que entretêm de facto, tendo sempre como pano de fundo a sensação de ser um filme ridículo... adoravelmente ridículo.

mais sobre o filme: clicar aqui trailler: clicar aqui

tele nostalgia

a propósito do festival eurovisão da canção, a rtp transmitiu um programa género ‘rtp memória’ com retrospectiva dos festivais rtp da canção que elegiam a canção que defenderia posteriormente as cores da nação na europa.

este é um daqueles momentos lamechas e/ou nostálgicos, mas não há que ter receios de afirmar que fiquei preso ao ecrã ao rever músicas e programas que fizeram parte da minha infância e da minha adolescência… e de músicas que se tornaram marcos importantes no panorama da música ligeira portuguesa

lembro-me bem dos momentos em que aconteciam os festivais, quer o nacional, quer depois o da eurovisão, em que o pais parava para assistir na televisão a esses programas, e que as músicas que aí passavam se tornavam em hits nos dias seguintes… lembro-me daqueles quadros e gráficos com as classificações (hoje diria pré-históricos tecnologicamente), das votações transmitidas telefonicamente: royaume uni, dix points, etc…

era o tempo em que só havia um televisor em casa, em que eu não decidia o que via, mas os meus pais, o tempo em que existiam apenas dois canais (rtp1 e rtp2), o tempo em que toda a gente via a mesma coisa…

… como era curioso no dia seguinte à transmissão de um dado programa que toda a gente falava da mesma coisa…

hoje o panorama é totalmente diferente: os festivais da canção (nacional e europeu) já não são o que eram, as músicas não se tornam hits nem se constituem como referências da época, as pessoas já não ficam presas à televisão na sua transmissão… e eu já não vejo os festivais!

hoje já há mais televisores em casa (eu por exemplo, solteiro e bom rapaz a viver sozinho tenho dois televisores), existem 4 canais em sinal aberto, existe a televisão por cabo, já largamente difundida, com imensos canais à escolha, uns de acesso gratuito (incluído na assinatura), outros de acesso restrito e pago… um sem número de escolhas… e uma total dispersão…

…as pessoas já não vêm todas a mesma coisa…

e sim, agora sou eu próprio quem decide se vejo ou não televisão, e que vejo na televisão… o que me leva a ver um conjunto de programas, e ao contrário de há uns anos atrás, é agora difícil encontrar num raio próximo pessoas que tenham assistido aos mesmos programas…

já agora e a título de efeméride no ano em que nasci o festival rtp da canção apresentado pelo sr. contente e pelo sr. feliz (nicolau breyner e herman josé), e foi ganho pela canção 'portugal no coração' interpretada pel' 'os amigos', de quem faziam parte paulo de carvalho e fernando tordo.

festival rtp da canção na net:
http://www.rtp.pt/web/historiartp/festival_cancao.htm
http://festivais.home.sapo.pt/

uma tarde bem passada

um almoço descontraído e uma tarde entretida, com conversas mais ou menos importantes, mais ou menos sérias, e sempre bem dispostas, à volta da mesa com cerveja e empalhadas

não és o primeiro cão vadio na história do mundo

no pacote de novas aquisições inclui o cativante timbuktu que comecei a ler há um par de dias atrás. agora com um exemplar do livro em casa, tornava-se imperioso acabar de ler a história… tinha parado sensivelmente a meio… faltava-me a outra metade. dediquei-me intensamente a essa ‘tarefa’ anotando as passagens ‘mais tocantes’, num serão que só terminou com o final do livro.

de igual modo, estava tentado a deixar aqui algumas dessas passagens, mas não, não deixo… mas os(as) mais afoitos(as) podem sempre deixar um comentário e contacto e logo se vê…

o zapping e o poder do futebol

estava eu a fazer um zapping pela extensa lista de canais do cabo, quando paro por uns instantes no canal hollywood

chama-me a atenção um pormenor de que um puto num filme (francês) parecia vestir uma camisola da selecção nacional de futebol de portugal

trata-se de uma curta metragem intitulada ‘les anges’ (o título em portugal é ‘a vingança’), realizada por david et raphaël vital-durand

a história passa-se numa pequena aldeia no sul de frança, em que thomas, um rapaz de 13 anos, surpreende o pai a fazer amor com a sua professora, uma jovem e atraente mulher de 30 anos.

para terminar com o caso, thomas, com a ajuda de dois amigos, decide raptar e sequestrar a professora, levando-a para a sala de aula e obrigando-a a escrever uma carta de demissão.

o filme foi rodado em 2000, o que a ser no final do ano, aconteceu depois do campeonato da europa de futebol, na holanda e na bélgica, em que portugal encantou com um futebol de encher o olho, tendo sido eliminado nas meias-finais precisamente pela frança

a ser verdade, realça o poder de comunicação do futebol, algo que assistimos com grande força e projecção no caso martunis

novas aquisições...

hoje foi dia de compras por um motivo específico: amanhã é o aniversário de uma colega de trabalho, e houve que tratar um pequeno presente…

a questão é que, nesta fase de muitos impulsos consumistas, não resisti a sair da loja com uma série de coisas para mim…

as novas aquisições:
o jogo preferido / leonard cohen / difel
pensei que o meu pai era deus / paul auster (org.) / asa
os contos (1.º volume) / franz kafka / assírio & Alvim
timbuktu / paul auster / asa
livro e disco pirata / rádio macau / transformadores
fargo (dvd) / joel & ethan coen (real.) / mgm

para além do ‘presente’

o jogo do ano: rio ave x fc porto

ora desculpem-me lá, mas esses epítetos todos que correm para aí sobre um determinado confronto de umas outras equipas não tem mesmo nada razão de ser…

jogo do ano para um ferrenho adepto dragão é sempre o próximo jogo desse magnífico clube: o fc porto. e assim, perdoem-me os outros (adeptos de outros clubes), mas hoje é dia de fc porto…

…e hoje o fc porto cumpriu, mantendo o lema desta época bem vivo: acreditar até final! a época tem sido má demais para ser verdade, penosa, sem ‘futebol’, e hoje não foi excepção, sem brilhantismo, e com dificuldades na concretização, mas com uma persistência acima da média, que valeram a vitória em vila do conde por dois golos sem resposta…

e apesar de tudo, a uma jornada do fim, ainda se pode acreditar… é disto que se faz a fibra de um adepto…

no outro tal jogo, dito do ano, o guarda-redes da selecção do scolari deu mais uma para a caixa, e arrumou ele próprio com as aspirações do seu clube ser campeão… guarda-redes só há um: baía e mais nenhum ;)

corpus sanum in mente sana

ufa ufa
exercício 3
e já vão 10 em corrida e 2 a caminhar...
a coisa vai vai

clã topo de gama

tenho um telemóvel topo de gama
mas ninguém me liga
mas ninguém me chama

tenho um automóvel cor azul índigo
ninguém quer boleia
ninguém vem comigo

tenho um apartamento virado para o mar
ninguém bate à porta
ninguém vem jantar

será que sou feio será que sou chato
será que vou dar em bicho do mato
será que sou giro mas giro ao contrário
será que estou preso dentro de um armário
não estás não senhor
apenas agora ficaste de fora
das contas do amor

tenho as medidas de um manequim
a beleza certa
ninguém dá por mim

tenho um bom emprego muito produtivo
até vale tirar olhos
é tão competitivo

tenho um consultório com um bom divã
onde deito a alma
e conto à mamã

será que sou feio será que sou chato
será que vou dar em bicho do mato
será que sou giro mas giro ao contrário
será que estou preso dentro de um armário
não estás não senhor
apenas agora ficaste de fora
das contas do amor

topo de gama / clã (rosa carne, 2004)
clicar aqui para ouvir

‘festival’ de… música

mas também não fui ao parque de feiras e exposições de aveiro para o festival de cerveja e de marisco propriamente dito… o que me levou lá foi obviamente a música que contava com as actuações dos grupos portugueses loto e clã.

uma primeira nota sobre o festival já foi deixada no post anterior, mas diga-se antes de mais que estava muito pouca gente, tendo os concertos começado bastante mais tarde do que o prometido, naquela na expectativa que a multidão surgisse mais tarde… puro engano…

mas e quanto à música?

os loto são um grupo que pretende se afirmar no mundo da música dançável… têm alguns pormenores que podem ser interessantes, mas cansam logo, e depois para a música ser música de dança não é de todo necessário que as letras contenham a palavra ‘dance’ repetida ad infinitum… pode ter sido do local, pode ter sido do ambiente, pode ter sido de mim, etc… mas não gostei… talvez noutro contexto, noutro registo, quem sabe os loto terão outra oportunidade comigo ;)

sobre os clã… são já sobejamente conhecidos, e só apetece dizer que ‘foram o festival’…

já vai longe o tempo em que tive oportunidade de assistir, pela primeira vez, a um concerto dos clã, quando ainda firmavam os primeiros passos no panorama musical português, fazendo a primeira parte do concerto de pedro abrunhosa e os bandemónio, inserido no festival ritmos / festas do mundo, nos jardins do palácio de cristal, em 94 ou 95 (a memória vai tendo destas coisas).

hoje constituem uma banda incontornável, madura, e de créditos firmados, exemplo que também se podem conceber projectos musicais com envergadura em portugal, com um rumo…

excelente concerto, com muita entrega, omitindo a fraca audiência (em número de espectadores), e as péssimas condições acústicas do espaço…

bem hajam clã…

…e chamam a isto festival de cerveja e marisco?!

a cm de aveiro resolveu organizar aquilo a que entenderam designar por 1.º festival da cerveja e do marisco… pela amostra da primeira experiência têm de se esforçar mais para uma segunda edição: não chega haver duas ‘tascas’ de marisco e bancas da cerveja patrocinadora com muito pouca variedade de cervejas. ou bem que é um festival, ou não é um festival!

spu vs spv

mas na procura da obtenção do melhor aspecto caveman, tenho vindo a acompanhar com um desleixar no que toca à barba, que vai crescendo e favorecendo um aspecto mais consentâneo à minha condição de homem das cavernas…

mas há também sempre almas caridosas que estão sempre dispostas a terem acções de verdadeiro apoio nestas situações, e vai daí numa daquelas sessões de espírito de camaradagem no local de trabalho, sempre necessárias para desanuviar o ambiente e descontrair um pouco, sugerem-me um spu, ie, um ‘salut per uranium’ aproveitando uns mergulhos nas lagoas resultantes da mineração de urânio nas antigas minas da urgeiriça, em canas de senhorim (se disser que isto é em nelas, ainda arranjo problemas ;))

eu cá por mim, preferia um spv, ie, um ‘salut per vino’, ou não estivéssemos nós no coração da região demarcada dos vinhos do dão… ah bons vinhos…

caveman: o regresso à idade da pedra

parece mentira, mas é verdade. ando um bocado desorientado devido ao facto de estar há não sei quantos dias sem computador e sem ligação à net em casa… estou, ou sou, um netodependente… e não é que há um sem número de pequenas coisas que fazem lembrar sempre essa omissão. ora bem, vamos lá ao cinema: que filmes é que andam por aí? a que horas é a sessão? bem vou ali à… atão não ias?!

está bem… e na televisão? alguma coisa? ora deixa lá consultar a programação para hoje, que isto aqui na... é um… seria um instantinho…

nem quero saber se algo verdadeiramente grave, tipo catástrofe acontecesse, mas ia ser complicado… faz-me voltar ao filme ‘o tempo do lobo’, a civilização da ‘tecnologia e da cibernética’ a enfrentar uma catástrofe civilizacional…

faz-me lembrar o 3 ás girassol

um a de...
outro a de...
e um terceiro a de...

não há por aí mais ás de...

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 12

cão sarnento é metáfora, não sei se me faço entender

continuo sem computar… que grande desatino! parece que não consigo fazer nada, porque tudo o que me lembre parece necessitar da utilização do dito e da respectiva ligação ao ‘mundo’.

aproveito então para fazer outras coisas, tais como organizar uma série de coisas que continuam à espera de organização há tempos imemoriais, situação agravada depois de ter mudado de casa nos finais de fevereiro / inicio de março, e do montão de livros, brochuras, apontamentos, e papeladas acopladas que se encontram por ali encaixotadas à espera da minha atenção… devo dizer que ainda não me cheguei verdadeiramente a elas… vou lendo…

incidentalmente, num espaço que não o meu, encontra-se um pequeno conjunto de livros, e há um que me desperta a atenção pelo nome do seu autor: paul auster. a verdade é que nunca tinha lido nada dele, e nem suspeitava minimamente do que era a sua escrita, mas a curiosidade foi-me aguçada por uma pequena conversa cibernética que mantive com uma bloguista que me falou no autor, depois de ter conhecimento da existência de um ‘meu pequeno livro vermelho dos fios dos dias do meu grande amor', dizendo ela que o paul auster ‘é que tinha a mania do caderno vermelho’, e fiquei a saber da sua, em certa medida, adoração pelos seus livros.

o livro que fazia parte desse pequeno conjunto tinha de seu nome: timbuktu. peguei no dito, folheei-o, e comecei imediatamente a ler… ía eu lendo a primeira página, e até aqui tudo bem, viro para a página seguinte e sou completamente surpreendido pelo desvendar de que o que vinha sendo dito até então, o era a partir do pensamento de um cão. esta surpresa cativou-me e não queria parar de ler… continuei… mas parei a meio do livro, já era tarde, e ali, apesar de ser um sítio agradável, não era o mais indicado… mas tinha de o terminar… entretanto fui captando umas passagens, que por este ou aquele motivo se encravaram de forma mais vincada… aqui deixo essas passagens… não, não deixo… mas os(as) mais afoitos(as) podem sempre deixar um comentário e contacto e logo se vê…

corpus sanum in mente sana

corpus sanum in mente sana
ufa ufa
exercício 2
8 a correr e 2 a caminhar...
a coisa vai

por tudo aquilo que deveria ser e não o é

para início de comentário sobre este filme, devo dizer que me recorda uma frase que tive a ocasião de escrever sobre o filme ‘fora de controlo’ / ‘outbreak’ (wolfgang petersen, 1995)(quando escrevi uma espécie de crítica na expectativa de que entregaria o processo de candidatura à escola superior de teatro e cinema – o que não veio a acontecer, tendo-me decidido pela candidatura à universidade de aveiro, curso de planeamento regional e urbano), e que sobre ele dizia qualquer coisa do género em que seriam mais interessantes os seus pressupostos e discussões em torno dele do que propriamente a sua execução formal (é uma coisa que acontece amiúde). e é exactamente o que o que numa frase poderia dizer sobre o seu resultado final, mas tem que se dizer algo mais…

a trama parte da história de uma intérprete das nações unidas (silvia broome / nicole kidman) que se vê envolvida numa conspiração para assassinar o presidente de um estado africano em guerra civil (dr. zuwanie / earl cameron), depois de ouvir ‘acidentalmente’ uma conversa nas nações unidas.

esse algo mais passa claramente pela abordagem à actualidade sobre a qual o filme se debruça, tendo a seu favor o levantamento de questões importantes da política internacional, contendo um olhar actual e pertinente sobre um país fictício, motobo, mas cuja situação retratada é semelhante à realidade de vários outros países no continente africano (e não só), exemplificando a ineficácia, que perdura há décadas, do poder internacional, palco de massacres, guerras civis, chacinas, de pobreza, falta de liberdade de expressão e com um défice enorme de democracia. ainda que se centre num país ficcional, parece evidenciar referências mais ou menos óbvias ao zimbabué de mugabe.

por outro lado há aquilo que se pode entender como uma luta entre as palavras e as armas, passando a mensagem de que as situações devem ser resolvidas de forma pacifista e diplomática, não sendo de espantar que a protagonista seja alguém que nascida nesse mesmo país africano, assume uma posição verdadeiramente cosmopolita no sentido político da palavra, apoiando-se convictamente no ideal de que a diplomacia das palavras vencerá a guerra das balas.

desta forma, entende-se que a trama tenha lugar num espaço único como o é a sede das nações unidas, por todo o simbolismo que detém, e por tudo aquilo que deveria ser e não o é. a referência explícita e o apelo a uma via negocial diplomática e pacifista, traz à coacção o papel importante que a onu deve ter na resolução dos conflitos pela via do diálogo e da paz.

no entanto, há que reconhecer que pese embora o facto de o espaço do seu edifício sede ser caracterizado por uma imponência e simbolismos únicos, a organização nunca cumpriu cabalmente as suas funções vivendo sempre atamancada num jogo de braços de ferro entre as forças do conselho de segurança, tendo atravessado e encontrando-se também actualmente num momento difícil, sendo muitas das vezes as suas resoluções quebradas e desautorizada, e o filme acaba por lhe conceder uma importância que está algo desconectada do presente: é que os ditadores de hoje (nem de ontem, diga-se) não se incomodam muito em prestar contas à velha senhora, e a ideia de um deles se deslocar propositadamente a nova iorque para tentar convencer o mundo da sua inocência é… inusitada…

o filme tem consigo o que se pode entender como uma pequena grande proeza, que é o facto de ter conseguido ter sido filmado no próprio edifício das nações unidas, o que se por um lado evidenciará o poder do cinema, também parece evidenciar ou acentuar ainda mais a fraqueza actual da organização, quando se encontra abalada com a crise relacionada com a situação no iraque, e até alvo de suspeitas de fraude que envolvem o filho do secretário-geral, tendo kofi annan eventualmente ponderado o facto de que talvez uma exposição deste género poderia ser uma mais valia para a imagem da instituição, e de alguma forma contribuir para uma pedagogia para o seu papel no mundo.

pelo meio há ainda lugar a referências tais como ao tribunal penal internacional e à questão do terrorismo (tendo filmado um atentado bombista num autocarro em plena nova iorque pós-11 de setembro)

de resto há de tudo, um polícia-herói à espera de se reencontrar após a morte da mulher, a espécie de um misto de afinidade, ou talvez melhor dito, de repulsa-atracção entre os protagonistas, um pouco de ciúmes que dot woods / catherine keener, colega de tobin keller / sean penn parece sentir, dando a impressão de que está à espera da atenção de tobin (mas sem dar grande enfâse no filme), etc.

há até aquilo que é um verdadeiro ‘fora’, um desmancha-prazeres, que é a aparição de um português saído sabe-se lá de onde, que é o ‘faxineiro’ lá do sítio (portuguese janitor / paul de sousa), e que não sabe de nada…

por último, é de realçar a soberba interpretação de sean penn, também dizendo que nicole kidman não está assim tão bem, parecendo até um pouco deslocada, por vezes, e dando ares de alguma inverosimilhança entre a personagem e a história

um aspecto curioso, e que precisa de confirmação, mas avanço de qualquer modo, é que pollack parece querer ‘seguir’ hitchcock, desde logo do tema e do filme em género de thriller, e até da utilização das nações unidas como pano de fundo (já hitchcock a usara em ‘north by northwest’ -1959, mas sem filmar lá dentro), e também de uma pequena aparição que o próprio pollack tem na tela, muito característica de hitchcock.

a interprete / the interpreter (sidney pollack, 2005)
site oficial imdb

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 11

computador não cooperante no estaleiro

o dito do cujo do computador não cooperante está pela segunda vez no estaleiro (já lá esteve nos finais de fevereiro), e não há previsão de retorno...

... a dimensão da noção de tempos difícies avoluma-se

(e o blog a ficar cada vez mais desactualizado)

o futuro da espécie…

os avanços científico-tecnológicos aliados ao campo da medicina e da biologia são enormes, e têm vindo a avançar a um ritmo imenso nos últimos anos.

o caso aplicado à biologia da reprodução humana e infertilidade e os seus inúmeros novos problemas, as questões ético-morais vs ciência, as imensas problemáticas sobre o caminho da sociedade, para onde caminhamos, e o leque de possibilidades que nos abrem estas novas tecnologias, o futuro da espécie…

tudo isto numa conferência sobre biologia da reprodução humana e infertilidade, de grande valor pedagógico, de sensibilização científica e de sentido crítico sobre essas mesmas problemáticas, leccionada magistralmente pelo prof. mário sousa (univ. porto).

pena que no debate se tenha andado pelas referências a casos situacionais, ao invés de abrir estas novas perspectivas de futuro…

[inserido num ciclo de conferências de grande valia intitulado biologia na noite]

computador não cooperante

ele há destas coisas, e o meu computador este fim de semana resolveu dar-se mal comigo, até que deixou mesmo de funcionar… nem se liga… antevejo tempos difíceis!

60 anos depois do dia v

a europa está a celebrar hoje o 60º aniversário da vitória dos aliados sobre a alemanha nazi em 1945. as manifestações e cerimónias de comemoração sobre a passagem desta data histórica vão tendo lugar um pouco por toda a europa.

mas as cerimónias tidas como principais tiveram lugar em moscovo.

assinalar esta data marcante na história dos povos europeus, e do mundo, é do mais salientar dever de precaver que estas situações de horror não se repitam mais para o bem da humanidade.

já não me parece tão bem que as cerimónias principais se centrem numa reconstituição das antigas paradas propagandísticas (quer comunistas, quer nacionais-socialistas, ou se preferirem mais características de poderes imperiais, ditatoriais e totalitários)

mas também quem é que disse que a rússia de putin não tem laivos ditatoriais e totalitários?

e com a complacência dos mais destacados chefes de estado, presentes na tribuna de honra…

sol de pouca dura

e aí está...

o reforço de esperanças durou apenas praticamente cerca de 24 horas, porquanto o fc porto hipotecou seriamente a revalidação do título com este empate completamente decepcionante frente ao moreirense (1-1).

esta época está a ser madrasta de mais... adepto sofre

retemperar ânimo e reforçar esperanças

ora não há nada melhor do que uma boa jantarada e uns copos com malta amiga para retemperar forças para toda a semana...

a acompanhar foi servido um prato algo surpreendente e saboroso: penafiel 1 - benfica 0, reforçando as esperanças para o pouco que falta do campeonato, isto até pode acabar bem. oxalá

corpus sanum in mente sana

ufa ufa
exercício 1
para começar 5 voltas a correr e 2 a caminhar não tá nada mau, nada mau mesmo.

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 10

dead man...

... ou o homem morto que antes de o ser já o era!

não há coincidências:
simbolicamente no dia/noite do desfile do enterro do ano eis que chega o acontecimento/decisão fatal...

answering the question:
to die or not to die?
to die
[yet remaining physically alive]

estar vivo não é o contrário de estar morto
estar morto não é o contrário de estar vivo

[fotografia: johnny depp no papel de william blake no filme dead man de jim jarmusch, 1995]

a tradição ainda é o que era?

anos após ano lá tem lugar o jantar e o desfile do enterro, o décimo em que participo, o primeiro enquanto licenciado.

cada qual com as suas especificidades e intensidades próprias, este ano, apesar de estar presente e seguir 'na manada', o distanciamento já vai sendo grande: a etapa e o estádio actual é outro diferente do anterior e a coisa é assim mesmo (até porque daqui a poucas horas é tempo de pegar no batente, e a vida profissional não tem contemplações).

ah que nostalgia daqueles primeiros anos de inebriação total...

[fotografia: http://www.ua.pt/uaonline/detalhe.asp?id=2195&tipo=3]

there's the question...

to die or not to die?!

novas aquisições...

... de material desportivo.

em mais uma daquelas vontades impulsivas convenci-me a mim próprio que actividade física é um óptimo tónico regenerador... primeiro a natação e agora o 'running' e uns pequenos exercícios ao ar livre...

necessário material desportivo, a saber:
novas sapatilhas, t-shirts, calças de treino, etc.

resultado: gastei uma pipa de massa. lá se vai o equilíbrio financeiro mensal. espero que o físico agradeça...

corpus sanum in mente sana

brlurp brlurp
exercício 9

mudam-se os tempos, mudam-se os... hábitos

hoje fui finalmente a uma consulta de optometria, depois de dias, semanas e meses de adiamento, e eu sempre a ver a coisa cada vez pior, literalmente...

...eu até gosto de me sentar nas filas da frente no cinema [para ficar atrás e ter uma visão do tipo de uma televisão grande, fico em casa], mas ultimamente já vinha sendo um exagero... tinha mesmo de ser, até porque começava a sentir algumas dificuldades na condução, o que poderia ser mesmo perigoso...

durante a consulta, a páginas tantas, a falar disto e daquilo, no círculo de informações úteis para o bom desenrolar do diagnóstico, surge a questão do trabalho, ou melhor, as horas sentado em frente ao computador...

ah, no escritório são umas 8 horas, depois em casa algumas 3 a 4 horas... e vai daí a consciência de uma alteração de hábitos, naquelas mais pequenas coisas que constituem o quotidiano.

é notável como em tão pouco tempo mudam estas pequenas coisas, dos telefones, ao telemóvel, etc, mas o caso concreto que falo é este: há uns anos chegava a casa e ligava o rádio, depois chegava-se e ligava-se a televisão, agora chego a casa e a primeira coisa que faço é ligar o computador (fundamental a internet), se é que não ficou ligado...

...ah o resultado da consulta! pois, estou de facto a ver pior: acho que tenho de alterar 'a mascote' do blog de camaleão para toupeira. em todo o caso vêm aí novas lentes e novos óculos...

quanto à foto, é de uma toupeira fantoche que, como muitas coisas na internet se descobrem por acaso. retirei-a de um site onde há fontoches de anímais e outros para todos os gostos, em http://www.folkmanis.com/

six feet under

estreou hoje na 2:
a nova temporada desta série completamente fantabulástica

esta série é realmente absolutamente deliciosa…

o episódio de hoje foi completamente avassalador… lisa, a mulher de nate, desaparecida há algum tempo, depois de ter saído para uma viagem de los angeles a seattle, nunca tendo chegado ao seu destino, dá literalmente à costa: é encontrada na praia por duas crianças que brincavam na areia. claire revela ao seu ex-namorado, que imediatamente após terem terminado, fez um aborto… a vida no seu lado mais escuro…

destaco no entanto esta passagem, num diálogo entre david e keith:
o que é que vai ser de mim sem ti?
arranjas outra pessoa!
mas eu não quero outra pessoa! quero-te a ti!

para ver e rever. no cabo o canal fox está a passar os episódios das temporadas anteriores!

site oficial: http://www.hbo.com/sixfeetunder/

quem não tem cão caça com gato...

com tamanha desfeita da anulação do concerto dos reportér estrábico, a verdade é que também não deixei a coisa por menos, numa deslocação 'relâmpago' deixei o porto rumo a aveiro, a tempo do concerto dos xutos & pontapés, [mais uma vez] inserido no programa da semana do enterro 2005

a estrabização

os reporter estrábico, um grupo portuga, são uma das minhas bandas, não diria de culto, mas a quem destinaria um espaço próprio na minha colecção discográfica se a tivesse. é uma banda completamente incaracterística e 'incatalogável' e simultaneamente fantabulástica. inicialmente combinando um minimalismo electrónico com o rock, tecendo comentários jocosos à sociedade, passando depois por uma 'mescla estética que se alargava ao universo plástico e que aproximava da espontaneidade do ready-made com a da pop electrónica, e por períodos em que o computador ganha preponderância, investindo numa estética que abarca a cibernética sem descurar o analógico, etc. etc.

isto tudo já conta com 20 anos de percurso, cuja efeméride seria assinalada num concerto na casa da música, precedido por uma sessão 'intimista' com a projecção de um documentário relatando a existência da banda por esses anos, e contando com comentários 'a cores e ao vivo' na primeira pessoa pelos próprios membros da banda...

ora o entusiamo era enormíssimo...

sim era, porque ao chegar ao edifício da casa da música, e tentando aceder à sala, sou literalmente barrado por alguém que insistentemente não me deixa continuar... lá me vão tentanto convencer que não haveria concerto, que tinha sido cancelado, etc... e eu ainda incrédulo estava com aquela sensação: epá estes tipos tão aqui a dar-me um baile daqueles à moda antiga... bem estão a brincar não é?! verifiquem lá o bilhete que eu vou andando para dentro...

e é então que não se descosem na tramóia que eu julgava que estava a acontecer, pertencendo aquilo a uma forma mais descontraída de recepção. e vai-se dando um aglomerar de pessoas junto à entrada... era mesmo verdade, o concerto tinha sido cancelado porque um dos membros estava com problemas de saúde. não podia ter vindo em pior momento: então mas este tipo tinha de adoecer logo hoje, pensei eu, que raio... ainda por cima num momento histórico: aquele que seria o meu primeiro concerto na dita e afamada casa da música...

em todo o caso aqui fica a morada cibernética:
http://www.reporterestrabico.com/